Plataforma divulga DE GRAÇA o trabalho de mulheres autônomas impactadas pela pandemia

maria marias plataforma
A plataforma Maria Marias é uma espécie de “catálogo” que disponibiliza os mais diversos serviços e produtos feitos por mulheres (Maria Marias/Instagram/Divulgação)

Criada para dar visibilidade e apoio às trabalhadoras informais de Belo Horizonte e região durante a pandemia, a plataforma Maria Marias (@pmariamarias) é uma espécie de “catálogo” que disponibiliza os mais diversos serviços e produtos feitos por mulheres.

São cozinheiras, artesãs, artistas, bordadeiras, professoras, empreendedoras, vendedoras que tiveram a renda impactada devido às medidas de isolamento social.

Mesmo sem sair de casa, elas continuam produzindo e trabalhando para conseguir pagar as contas, colocar comida na mesa e cuidar dos filhos. Nada mais justo, então, que fortalecer o trabalho destas mulheres e optar por comprar ou contratar o serviço delas, em vez de consumir de grandes empresas que com certeza têm mais capital e chances para sobreviver financeiramente a este período.

“Uma forma de nos fortalecer neste momento é também apoiarmos umas às outras, especialmente as mulheres que tiveram a renda impactada com a pandemia. Uma das formas de fazer isso é divulgar e comprar o trabalho dessas mulheres autônomas e informais, muitas delas mães e fonte única de renda na família”, explica a jornalista Juliana Baeta.

Número alto de mulheres autônomas e informais no Brasil

Vale lembrar que, mesmo antes da pandemia, o número de mulheres autônomas e informais no Brasil já era alto, tendo aumentado consideravelmente desde as medidas trabalhistas impostas pelo atual governo, assim como o número de desempregados. Estes dados, inclusive, são historicamente maiores entre as mulheres. E mesmo entre aquelas contratadas formalmente no mercado de trabalho, é discrepante a diferença salarial entre homens e mulheres, principalmente quando essas mulheres são negras.

Para se ter uma ideia, entre as mulheres que trabalhavam em Minas Gerais no ano passado, 41,7% estavam na informalidade. Já entre os homens, esta proporção cai para 39,1%, segundo a pesquisa de indicadores sociais feita naquele ano pelo IBGE.

Proporcionalmente, o desemprego também é maior entre as mulheres, com uma taxa de 12,4% de desempregadas entre as mineiras, enquanto a taxa de desocupação entre homens de Minas é de 9,2%.

Já a renda média mensal dos trabalhadores no Estado é de R$ 2.078 para homens, e R$ 1.544 para mulheres. A cor da pele também tem impacto real nos ganhos da população, sendo que a média de rendimento mensal dos trabalhadores brancos é de R$ 2.323, enquanto e dos trabalhadores negros é de R$ 1.526.

Violência

Para a jornalista e pesquisadora em gênero e violências contra as mulheres, Bárbara Caldeira, a ideia surgiu justamente do incômodo causado por esta realidade.

“Muitas são mães, sustentam sem nenhum auxílio suas famílias, e ficam ainda mais vulnerabilizadas em momentos como esse. Apoiar essas mulheres pra que elas continuem tendo renda nesse momento é uma maneira de garantir a esse grupo, que sofre constantes violências estruturais, inclusive a violência do desamparo, o mínimo de condições dignas para atravessar a pandemia”.

A jornalista Letícia Silva, outra integrante do projeto, explica: “O Maria Marias surge como mais uma possibilidade de visibilidade às empreendedoras em um momento delicado que com certeza tem impactado sua renda e comprometido o orçamento familiar. Queremos ser um apoio para que essas mulheres sejam um pouco menos penalizadas por essa pandemia”.

Fazem parte do projeto, ainda, a advogada e estudante de jornalismo Amanna Nunes, e a jornalista, mestra em Comunicação e doutoranda em Estudos de Linguagens, Nara Bretas.

Como cadastrar um serviço?

Para se cadastrar e ter o seu trabalho ou serviço divulgado gratuitamente em nossa plataforma, acesse o Instagram @pmariamarias. O formulário para cadastro está disponível da bio.

Para incentivar o projeto, basta seguir a página e contratar ou comprar o serviço ou produto que atenda às suas necessidades. Divulgue, compartilhe e enalteça o trabalho das mulheres de sua região!

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