Com as medidas de isolamento necessárias para combater o novo coronavírus, muitos empreendimentos – principalmente os pequenos – já começam a sofrer as consequências. É o caso do Guaja, um café e co-working de BH queridinho especialmente pelo público jovem, que anunciou, nesta quarta-feira (6), que vai fechar as portas depois de sete anos.
Em carta aberta publicada nas redes sociais, o arquiteto Lucas Durães, co-fundador do espaço, explicou que a decisão, embora triste, foi necessária devido aos desdobramentos e à imprevisibilidade imposta pela pandemia do coronavírus. “Nosso espaço na querida esquina da Afonso Pena não retomará suas atividades. Daqui para frente, nossa missão é imaginar outras formas de existir”.
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Lucas se disponibilizou para conversar sobre a decisão com colegas, parceiros e clientes do espaço e informou que o casarão que funcionou como sede do Guaja pelos últimos quatro anos está aberto para novos empreendimentos: Temos certeza que tudo aquilo que construímos não tem fim aqui”.
A história que fica
Em 2013, Lucas começou a estudar a tendência do co-working – ou seja, dos espaços compartilhados de trabalho – ao redor do mundo e percebeu que havia espaço para esse tipo de inovação em Belo Horizonte. Daí nasceu o Guajajaras Coworking, batizado em homenagem à tradicional rua no centro da capital.
Com o tempo, o espaço se modificou e se adaptou ao cenário belo-horizontino, se tornando referência para a comunidade criativa da cidade e priorizando o propósito de empoderar pessoas. De uma equipe de 5 integrantes, o Guaja passou a um time de 40 funcionários, sediou empresas e foi escritório de profissionais que acreditavam na força do coletivo.
O espaço não se contentou e buscou mais, desenvolvendo um portal de conteúdo digital, colaborando em festivais que valorizavam BH, desenvolveu um cardápio variado e foi palco de discussões importantes sobre cultura, arquitetura, música, gastronomia, empreendedorismo e saúde, entre outros.
Nas palavras do próprio fundador, “foram sete anos de intensas trocas com Belo Horizonte e com as pessoas que aqui vivem, sete anos de aprendizados, protótipos, erros, acertos e, principalmente, insistência. Sete anos de descobertas fortuitas, conexões improváveis e parcerias transformadoras. Sete anos de uma pequena revolução”.
‘7 anos que precederam um fim’
A despedida entristeceu diversos fãs do espaço, que se acostumaram a frequentar o Guaja tanto para trabalho como para diversão. Nos comentários dos posts, diversos clientes manifestaram decepção, elogiaram a trajetória do empreendimento e homenagearam os profissionais que os atenderam antes do fechamento.
O carinho foi recíproco. Na carta de despedida, Lucas aproveitou para agradecer pelo carinho do público: “Somos imensamente felizes e gratos por termos feito história junto a outras tantas iniciativas incríveis que fazem de BH um circuito especial e único. Não nos esqueceremos”.