Por Cristiano Martins, do Coronavirus-MG.com.br
O governador Romeu Zema (Novo) foi às redes sociais na noite desta quinta-feira (7) para elogiar o desempenho de Minas Gerais na contenção do novo Coronavírus e tentar desmentir a baixa testagem de casos suspeitos de Covid-19. Um dos argumentos utilizados por ele, no entanto, contraria totalmente as informações publicadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
De acordo com os últimos dados disponíveis, 94.124 pacientes com a suspeita da doença não passaram por testes laboratoriais em Minas. Isso representa 89% do total de 105.744 notificações registradas até o momento no estado.
Para minimizar esse número, Zema argumentou que “nenhum estado testa assintomáticos”. O boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde, contudo, classifica um caso suspeito como “todo indivíduo com quadro respiratório agudo, notificado pelo serviço de saúde com suspeita de infecção humana pelo SARS-COV-2 – Doença pelo Coronavírus COVID-19”.
“Nenhum Estado testa assintomáticos. Somente são testados pacientes que buscaram auxílio hospitalar com sintomas. Como temos menos buscas por atendimento (o que é visível pelos nossos dados de ocupação hospitalar), menos exames são realizados”, publicou o governador.
Na última terça-feira (5), o Coronavirus-MG.com.br mostrou que Minas Gerais apresentava os piores índices de testagem do país, dentre todos os estados nos quais essa comparação era possível, tanto na taxa de testes por 100 mil habitantes quanto na proporção de exames feitos em relação ao total de notificações.
O levantamento revelou que a SES vem divulgando em média 130 resultados de testes por dia desde o fim de março, quando o próprio governador havia anunciado o aumento da capacidade para 1.800 exames diários. Zema garantiu que não há dados “mascarados” em Minas. Veja a publicação na íntegra:
Governo diferente, Estado eficiente. Minas Gerais é o 3º Estado com a menor taxa de óbitos por 100.000 habitantes, 87% menor que a média dos estados e 89% menor que a taxa do Brasil.
— Romeu Zema (@RomeuZema) May 7, 2020
Acompanhe a linha: pic.twitter.com/2gu6iLeIzK
Nenhum Estado testa assintomáticos. Somente são testados pacientes que buscaram auxílio hospitalar com sintomas. Como temos menos buscas por atendimento (o que é visível pelos nossos dados de ocupação hospitalar), menos exames são realizados.
— Romeu Zema (@RomeuZema) May 7, 2020
Além disso, quando divulgamos a nossa ocupação hospitalar com pacientes, contamos tanto os casos confirmados como os casos suspeitos, o que nos dá ainda mais conforto na contabilidade, afinal muitos casos são descartados, após o resultado do teste.
— Romeu Zema (@RomeuZema) May 7, 2020
A nossa ocupação de leitos de UTI com pacientes com a COVID-19 ou suspeita da doença está em 6% dos leitos totais de UTI e 4% dos leitos clínicos.
— Romeu Zema (@RomeuZema) May 7, 2020
Por exemplo, os Estados Unidos, a nação mais rica do planeta e que está fazendo uma testagem em massa, conseguiu até o momento testar 2% dos habitantes, o que não é um número espetacular tendo em vista o tamanho da população e nem foi capaz de conter o aumento no número de óbitos
— Romeu Zema (@RomeuZema) May 7, 2020
Reafirmo, em Minas, não mascaramos dados. Todo óbito e todo paciente com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) é testado em Minas Gerais. Hoje, anunciamos um aumento de 18% nos leitos de UTI (de 2013 leitos disponíveis para 2381 leitos de UTI).
— Romeu Zema (@RomeuZema) May 7, 2020
Continuaremos fazendo mais testes, de forma inteligente, mas principalmente, investindo na robustez do sistema de saúde no Estado. E os nossos resultados mostram que estamos caminhando na direção certa, permitindo que ninguém fique sem leito num hospital, seja clínico ou de UTI.
— Romeu Zema (@RomeuZema) May 7, 2020