O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta segunda-feira (11), no Palácio da Alvorada, que espera que apenas o trecho de vídeo em que ele supostamente teria exigido a troca na superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, durante uma reunião ministerial, seja divulgado.
O presidente reforça que durante o encontro foram tratados assuntos de segurança nacional.
“O que eu espero que aconteça, numa normalidade, é extrair do vídeo a parte que interessa ao inquérito para saber se houve alguma interferência minha na Polícia Federal ou não. O restante eu tratei de política internacional. Não é justo alguém achar que deve divulgar isso aí”, disse Bolsonaro.
“Aquilo que foi tratado, caso fosse numa conferência, em um evento, não seria tratado daquela forma, né, bruta, e sim de uma forma mais polida. Agora, é justo expor o que nós falamos sobre política externa, assunto de segurança nacional, tornar público isso aí? Aí não dá. Aí complica a situação, e eu espero que isso não aconteça. Não neguei fornecer a fita bruta. E, obviamente, esperando que os demais Poderes que vão tratar do assunto, o tratem da mesma forma responsável”, explica.
Anteriormente, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto também já tinha se pronunciado sobre o caso e disse que reuniões ministeriais muitas vezes as reuniões não são registradas. “A reunião, ela não necessariamente é filmada. Ela não é como uma reunião na Câmara dos Deputados, que por lei tem que ser filmada. Ela não é filmada. Às vezes, você tem a câmera lá e ela filma, ela filma trechos, filma parte, às vezes não filma. O presidente fala: ‘Olha, não quero que filme, tá certo?’”, justificou o ministro.
+ ‘Onze filhos da p**’, diz Weintraub sobre ministros do STF em reunião citada por Moro
Nesta mesma reunião, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, teria dito que o STF é composto por 11 “filhos da p**”, depois de comentar medidas tomadas pela Corte que desagradaram o governo. O que também foi apontado como um outro motivo para evitar a divulgação do vídeo da reunião, está o xingamento do ministro da Educação.
Valeixo aceitou exoneração
Em depoimento, nesta segunda-feira (11) na superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba, para apurar as declarações dadas pelo ex-juiz Sergio Moro quando deixou o Ministério da Justiça, o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo afirmou que o presidente Jair Bolsonaro, teria telefonado para ele para informar a exoneração do delegado e indagar se poderia colocar no “Diário Oficial da União” que o ato foi “a pedido”, mesmo que Valeixo não tivesse encaminhado um processo de exoneração. Valeixo concordou.
Ele também corroborou o que Moro teria falado sobre o presidente querer alguém de “sua confiança” no comando da PF.
Ele também corroborou o que Moro disse sobre o presidente querer alguém de “sua confiança” no comando da corporação.