A PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) promete fiscalização rígida para proibir camelôs nas ruas da capital mineira em meio à pandemia da Covid-19. O prefeito Alexandre Kalil (PSD) disse, nesta segunda-feira (11), que a “volta desordenada” será coibida.
Durante coletiva para anunciar novas medidas no combate ao novo coronavírus, Kalil anunciou o reforça na fiscalização pelas ruas da capital mineira. O prefeito ressaltou que os deficientes, que têm autorização para trabalhar na via pública, poderão “continuar no seu trabalho normal”.
“Toda fiscalização da Secretaria de Política Urbana estará de volta às ruas, com força total, para impedir a volta desordenada dos camelôs”, disse.
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Cerca de 2,3 mil trabalhadores autônomos atuam nas ruas de Belo Horizonte. Com as dificuldades financeiras intensificadas pela crise econômica gerada pela pandemia da COVID-19, eles se arriscam para conseguir alguma renda.
Mas o médico infectologista e presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estêvão Urbano explica que todo o cuidado é pouco durante a pandemia e que o contato entre cliente, vendedor e os produtos deve ser evitado neste momento por conta do risco de contaminação.
“O camelô [contaminado] pega em um produto e o cliente que o toca se contamina e consequentemente vai contaminar outra pessoa e vai passando pra frente. É um efeito dominó”, explica o médico ao BHAZ.
As medidas tomadas pela PBH, conforme Urbano, visam o distanciamento.
“O objetivo é evitar a tosse, espirro e os toques pelas mãos. Em Belo Horizonte ainda é contornável, mas imagina em Manaus, Belém e Rio de Janeiro. Os produtos daqueles camelôs estão contaminados. Nós queremos impedir o avanço da doença”, conclui.
Fiscalização reforçada
Procurada pelo BHAZ, a PBH informou que mais de 2 mil agentes da Guarda Municipal realizam patrulhas com o objetivo de conter a atividade ilegal no município.
“Desde a segunda quinzena de março, 2.064 agentes da Guarda Municipal têm se empenhado para coibir o comércio ilegal na cidade, para prevenção do novo coronavírus”, informou a assessoria da prefeitura. O ambulante que desrespeita a legislação e é flagrado tem a mercadoria apreendida e recebe multa no valor de R$ 2.034,11.
“Antes mesmo da pandemia, a atuação de camelôs na capital era proibida pelo Código de Posturas”, esclareceu a prefeitura.