Mercado Central anuncia reabertura de lojas de serviços não essenciais na próxima segunda

mercado central reabre lojas
Bares e restaurantes são a exceção e permanecerão fechados (Amanda Dias/BHAZ)

O Mercado Central de Belo Horizonte anunciou nesta quinta-feira (14) que vai reabrir todas as lojas, incluindo as que oferecem serviços não essenciais, a partir da próxima segunda-feira (18). A exceção ficará por conta de bares e restaurantes, que continuarão fechados por conta do coronavírus. A medida, portanto, é uma flexibilização do decreto em vigor da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), que diz “estar ciente da reabertura dos estabelecimentos”.

A administração do ponto turístico afirmou que apenas 370 clientes simultâneos serão admitidos, com o objetivo de minimizar o risco de propagação da Covid-19. “Não me interessa pessoas passeando dentro do Mercado nesse momento. Quero pessoas dentro do mercado somente para comprar”, afirma o superintendente do Mercado Central, Luiz Carlos Braga.

Atualmente, já estão abertas no Mercado as farmácias, lojas de alimentos, ervas e raízes e utilidades domésticas. Segundo o superintendente, as mudanças permitem o funcionamento de outros ramos, incluindo lojas de artesanato, comércio de animais e plantas, panelas e pedras preciosas. Bares e restaurantes já estão e permanecerão fechados.

O controle do público será feito por meio de cartões magnéticos distribuídos aos consumidores. Segundo o superintendente, a Guarda Municipal de Belo Horizonte prestará apoio na entrada e gestão das possíveis filas que podem se formar.

Outra mudança citada pelo superintendente são as portarias. Somente quatro ficarão abertas ao público. São as localizadas: na esquina da av. Amazonas com rua Goitacazes, na rua Santa Catarina, no estacionamento e na esquina da rua Curitiba com av. Augusto de Lima.

Um exemplo para a cidade

Toda a mudança está sendo feita em um trabalho conjunto com a Prefeitura de Belo Horizonte, segundo Luiz Carlos, que afirma que o centro comercial concedeu acesso às 16 câmeras de vigilância do Mercado Central, para que a circulação possa ser acompanhada pela prefeitura.

O superintendente acredita que não terá dificuldade no controle, já que o centro comercial não tem ficado muito cheio. Mas entende que as mudanças podem representar um exemplo para a capital mineira.

“A prefeitura quer fazer do mercado um modelo, porque a cidade toda tem que colaborar. Se o maior centro comercial pode ter controle, as lojas de rua também tem que ter controle. Então nós vamos ajudar a prefeitura nesse sentido, a gente se comprometeu a fazer esse controle e nós vamos fazer sim”, garante.

PBH manifesta

Procurado pelo BHAZ, a PBH informou que “está ciente da reabertura dos estabelecimentos que estão enquadrados no decreto municipal.”

A prefeitura ressaltou que “o Mercado Central irá adotar medidas de restrição para controlar o número de pessoas que irão entrar no local”.

Bares e restaurantes vão permanecer fechados, conforme salientou o Executivo municipal.

Decretos

Desde o dia 18 de março, quando assinou o primeiro decreto, a prefeitura da capital mineira vem tomando medidas mais rígidas para reduzir a circulação de pessoas na capital.

Confira a evolução das medidas:

18 de março

Temendo o avanço da doença na capital, o prefeito assinou no dia 18 de março um decreto através do qual todos os bares, restaurantes e shoppings de BH tiveram o alvará de funcionamento suspensos temporariamente, para evitar aglomeração de pessoas e o avanço da Covid-19.

+ Kalil reage a Zema e divulga decreto que ‘para BH’; entenda

A decisão passou a valer a partir do dia a partir do dia 20 de março de 2020, por tempo indeterminado. A medida vale para:

  • Casas de shows e espetáculos de qualquer natureza;
  • Boates, danceterias, salões de dança;
  • Casas de festas e eventos;
  • Feiras, exposições, congressos e seminários;
  • Shoppings centers, centros de comércio e galerias de lojas;
  • Cinemas e teatros;
  • Clubes de serviço e de lazer;
  • Academia, centro de ginástica e estabelecimentos de condicionamento físico;
  • Clínicas de estética e salões de beleza;
  • Parques de diversão e parques temáticos;
  • Bares, restaurantes e lanchonetes.

7 de abril

Com a proximidade da Páscoa, lojas de chocolate começaram a pressionar a prefeitura para a reabertura, expandindo o movimento para outros setores do comércio, que, até então, estavam fechados por conta de um acordo entre os sindicatos dos trabalhadores e patronais. O fim do acordo entre as partes poderia culminar na reabertura de até 50 mil lojas em BH e região.

Temendo o aumento de circulação da capital, no dia 7 de abril, a PBH endureceu as limitações de funcionamento de lojas na capital. Com um novo decreto, a PBH determinou que os estabelecimentos só estavam autorizados a funcionar com restrição de aglomerações e não poderiam permitir que os compradores acessassem às lojas. “Só poderão atender da porta pra fora, sem clientes do lado de dentro”, resumiu o prefeito Alexandre Kalil em publicação no Twitter.

+ Kalil endurece restrições ao comércio de BH para enfrentar período de pico do coronavírus

8 de abril

A medida do dia 7 de abril causou confusão entre os comerciantes que estavam fechados. O entendimento foi de que poderiam reabrir, desde que atendessem os clientes da porta para fora.

+ Mesmo com novo decreto, PBH teme volta de aglomeração e ameaça fechamento total de lojas

Diante da confusão e da iminência da sensação de volta à normalidade na capital, o prefeito anunciou no dia 8 de abril que todas as lojas não essenciais seriam totalmente fechadas em Belo Horizonte. “É muito sério. Todos os estabelecimentos não essenciais estarão fechados por decreto amanhã. Quem não está entre os serviços essenciais não deve ir trabalhar”, escreveu Kalil em seu Twitter.

+ Contra Covid-19, Kalil determina fechamento total de lojas não essenciais

Reforce a proteção contra o vírus

A SES-MG orienta que a população tome algumas medidas de higiene respiratória para evitar a propagação da doença, são elas:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.

Nota da PBH na íntegra:

“A Prefeitura de Belo Horizonte esclarece que está ciente da reabertura dos estabelecimentos que estão enquadrados no decreto municipal. O Mercado Central irá adotar medidas de restrição para controlar o número de pessoas que irão entrar no local. A PBH salienta ainda que os bares e restaurantes permanecerão fechados”.

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!