Apesar dos casos e mortes provocadas pelo novo coronavírus continuarem aumentando a cada dia, aglomerações têm sido notadas com frequência. No bairro Buritis, por exemplo, uma quadra esportiva foi flagrada com, pelo menos, 14 pessoas jogando futebol na tarde desta sexta-feira (15).
Belo Horizonte tem 1.059 casos confirmados e 29 mortes, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela PBH. Nessa quinta-feira (14), a Prefeitura divulgou, pela primeira vez, o número de casos por área de residência dos pacientes: o Lourdes é o que mais tem casos de contaminação (37), seguido pelo Belvedere e pelo Buritis (26).
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Mesmo com as orientações das autoridades de saúde, para as pessoas permanecerem nas casas e evitarem aglomerações, algumas insistem em ir na contramão.
O BHAZ recebeu de moradores um flagrante na quadra FT5 Beach Sports. No local, um grupo de pessoas praticava esporte.
Nos arredores da quadra de areia havia pessoas próximas, o que contraria a proposta de distanciamento social. A reportagem entrou em contato com Marcelo Paiva, responsável pela unidade, e foi informada que se tratava de “algo interno”.
“Na verdade teve [pessoas reunidas na quadra], mas nada comercial. Estamos fechados para o público e foi algo interno”, disse. Segundo Paiva, o local estará aberto à comunidade somente quando o poder público autorizar.
O desrespeito ao isolamento prosseguiu durante a noite, conforme novo registro enviado por moradores.
‘Totalmente inadequado’
O médico infectologista Carlos Starling repudia a aglomeração durante a pandemia do novo coronavírus e classifica encontros, igual ao flagrado, como algo “totalmente inadequado”.
“Não importa se [o encontro] é interno ou comercial, é a mesma coisa. As pessoas estão circulando. Não há diferença de aglomeração particular ou não. É absolutamente inadequado”, diz.
Para o especialista, flagrante como este é um desrespeito com a população que segue o isolamento e com o poder público. “‘Ah o evento é privado e eu posso jogar futebol’. Isso é conversa de gente mal educada, principalmente em um bairro com mais casos da doença”, diz.
Starling conclui dizendo que o desrespeito ao isolamento é uma “falta de cuidado das pessoas com elas mesmas, com as famílias delas e com a população como um todo”.