Enfermeiros e técnicos de enfermagem que estão atuando no hospital de campanha do Maracanã, no Rio de Janeiro, estão dormindo ao relento, em colchonetes no chão. Os profissionais reclamam das condições de alojamento, principalmente quando comparadas aos dormitórios para os médicos, que contam com muito mais conforto.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, os profissionais da área denunciam a situação. “Esse aqui é o pessoal de enfermagem e os outros multiprofissionais que não são médicos”, diz uma pessoa não identificada, enquanto filma diversas outras dormindo no chão, em espaço externo do estádio. “Olha isso. Isso é absurdo. Isso é desumano”, acrescenta.
As imagens mostram um local sem iluminação, enquanto as pessoas que ocupam o dormitório relatam problemas com a sujeira do espaço, que tem até as portas mofadas. Uma das profissionais, não identificada no vídeo, chega a afirmar que não há colchões disponíveis para todos. “Eu tô com a alergia atacada com o chão cheio de poeira”, reclama uma delas.
Em um vídeo que viralizou, o relato de enfermeiros do Rio de Janeiro durante a pandemia do coronavírus causou indignação. Nas imagens, é possível ver algumas pessoas deitadas em colchões, no chão do Hospital de Campanha do Maracanã, “a gente é bicho”, diz uma mulher pic.twitter.com/KnjIS8fycE
— Metrópoles (de ?) (@Metropoles) May 14, 2020
Em uma reportagem veiculada pelo RJTV, da Rede Globo, nessa quinta-feira (14), alguns profissionais foram ouvidos sobre a situação. “[Nosso] dormitório [é] vergonhoso. Enquanto o dormitório do médico… Não é desmerecendo a categoria, mas eu acho que não pode haver discrepância, porque todos são linha de frente”, declarou outro profissional não identificado.
A reportagem também exibiu algumas imagens dos dormitórios montados para os médicos. O cômodo conta com camas, lençóis limpos e arrumados, televisão, sofá e até ar-condicionado.
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Falta de equipamentos
Outro problema relatado pelos profissionais do hospital de campanha foi a falta dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual). “Sapato não chegou, temos que usar nosso próprio sapato, trazendo a contaminação do hospital, dentro do foco, para a rua”, relatou um dos enfermeiros ouvidos pela Globo.
Segundo a emissora, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro disse que a situação é inadmissível e já enviou uma equipe de inspeção ao local para que qualquer inadequação seja resolvida imediatamente.
“Estamos em guerra contra um inimigo, sim, só que pelo amor de Deus, acho que cabe a Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde) ter bom senso de dar dignidade pelo menos à equipe que tá dando a vida em prol de vidas”, concluiu um dos profissionais.
