Kalil diz que médicos vão definir sobre uso da cloroquina em pacientes de BH: ‘Eu não acho nada’

Uso do medicamento em pacientes será determinado por médicos
Uso do medicamento em pacientes será determinado por médicos (Amira Hissa/PBH + Marcelo Casal/Agência Brasil)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), afirmou, nesta segunda-feira (18), que o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 será determinado pelo Comitê de Enfrentamento à Epidemia.

O medicamento é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apesar do maior estudo sobre o assunto, conduzido nos EUA, mostrar que não há eficácia do remédio contra a doença.

Perguntado sobre o possível decreto do governo federal autorizando o uso da cloroquina em todos os pacientes com Covid-19, Kalil reforçou a autonomia dos municípios para decidir sobre o tema.

“O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que quem decide critérios sobre o uso de qualquer coisa é o município. Quem define o uso em Belo Horizonte é este grupo, então não tem decreto nenhum que vai fugir dos protocolos que já foi feito”, disse.

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O chefe do Executivo municipal afirmou que não vai negar o medicamento na cidade, pois um dia ele mesmo pode necessitar.

“O uso da cloroquina em Belo Horizonte é feito pelo doutor Jackson [Pinto, secretário de Saúde], Carlos [Starling, infectologista], Unaí [Tupinambás, infectologista] e Estêvão [Urbano, infectologista]. Eles aplicam e orientam a secretaria de Saúde do jeito que acharem melhor, pois a responsabilidade é da ciência. Eu não acho nada, pois posso precisar usar uma hora”.

Todos os infectologistas citados por Kalil integram o grupo responsável por guiar as políticas públicas de BH contra a Covid-19.

Cloroquina

Uma das drogas testadas no mundo para tentar combater a Covid-19, a cloroquina ultrapassou o debate médico e virou questão política no Brasil após o presidente Jair Bolsonaro começar a defender o produto como esperança de cura.

Discordâncias sobre a recomendação do uso mais amplo do remédio pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ajudaram a derrubar os ex-ministros da Saúde Henrique Mandetta e Nelson Teich.

No fim do mês passado, o CFM (Conselho Federal de Medicina) reforçou, após analisar extensa literatura científica, que não há evidências sólidas de que essas drogas tenham efeito confirmado na prevenção e tratamento da Covid-19.

“Porém, diante da excepcionalidade da situação e durante o período declarado da pandemia de Covid-19, o CFM entende ser possível a prescrição desses medicamentos em três situações específicas”, diz trecho de publicação do conselho (leia na íntegra aqui).

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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