Regina Duarte deixa comando da Secretaria de Cultura, três meses depois de assumir

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Apesar de negar, Regina já dava sinais de isolamento na pasta e arrependimento (Isac Nóbrega/PR/Reprodução)

O presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou que Regina Duarte deixará o cargo de secretária especial da Cultura. Apesar de ambos terem negado essa informação nos últimos meses, em um vídeo publicado pelo Twitter de Bolsonaro nesta quarta-feira (20), Regina alega que sente falta da família.

Na publicação, o presidente também informa que a atriz ficará a frente da Cinemateca Brasileira, em São Paulo. A instituição faz parte da Secretaria de Cultura e é a responsável pela preservação e difusão da produção audiovisual brasileira.

No vídeo, o presidente afirma que está fazendo a mudança pensando no bem e na felicidade de Regina. “Se ir para a Cinemateca, do lado do teu apartamento, ali em São Paulo, você vai produzir muito mais, eu fico muito feliz com isso. Chateado porque você se afasta um pouco do convívio nosso em Brasília”, lamenta.

Por outro lado, a atriz afirma que isso é um presente duplo, já que está muito feliz de comandar a Cinemateca e ficar próximo dos familiares. “Presidente, a família está querendo minha proximidade. Estou sentindo muita falta dos meus netos, da minha família que é uma coisa com a qual eu sempre fui muito ligada”, explica.

Dificuldades no comando da pasta

Na publicação, a atriz também debocha das informações divulgadas pela imprensa, de que Bolsonaro estava contribuindo para seu isolamento. “Eu vim perguntar para o presidente se ele está realmente me fritando, porque eu tenho lido isso na imprensa, que eu já não acredito mais. Está me fritando, presidente?”, ironiza.

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No entanto, várias atitudes do presidente não foram de encontro às vontades de Regina no comando da Cultura. Ao final de abril, a revista Veja divulgou que Regina estaria arrependida de deixar a consagrada carreira artística na Rede Globo para se juntar ao governo. “É tudo que preciso aprender… desapego. Tá em tempo ainda”, escreveu a atriz em uma postagem no Instagram, publicada em 25 daquele mês.

A revista afirmou que a atriz estaria com medo e isolada no governo. Segundo aliados, Regina não tem força de convencimento com os ministros e não recebia apoio do Planalto para ter autonomia em sua secretaria.

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria apoiado o processo de isolamento da secretária de Cultura, Regina Duarte. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo, que afirmou ainda que o chefe do Executivo quis incentivar o pedido de demissão da atriz. No entanto, em entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, negou as alegações e reafirmou apoio a Regina.

Com o tempo, foram surgindo mais indícios de que a secretária especial da Cultura estava perdendo cada vez mais o poder de tomar decisões na pasta. Regina foi surpreendida pela renomeação do maestro Dante Henrique Mantovani, que ela mesma havia demitido em março, para a presidência da Funarte.

Abalada, Regina Duarte já acreditava na época que a volta do maestro poderia ser um sinal de que ela seria demitida do governo. A revista Crusoé publicou um áudio em que a secretária revela a surpresa pela notícia. “Que loucura isso, que loucura. Eu acho que ele está me dispensando”, disse.

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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