O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou como será feito o parcelamento do salário de maio dos funcionários do executivo estadual. Em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (20), ele ressaltou a dificuldade enfrentada pelos cofres públicos durante a pandemia.
A primeira parcela do mês será paga em 22 de maio, limitada a R$ 2 mil. A segunda parcela está prevista para 27 de maio, com o restante do salário. Além disso, aqueles que não haviam recebido o 13º salário devem receber o valor pendente nesta quarta-feira (20).
No entanto, o governador ressaltou que só conseguirá realizar os pagamentos de maio por conta de um recuso extraordinário de R$ 1 bilhão. “Tivemos uma decisão judicial que colocou nos cofres do estado um depósito da empresa Vale, referente a indenização da tragédia em Brumadinho”, explicou.
Zema explica que, em abril, o pagamento também foi feito por conta de recurso extraordinário, referente a um antigo crédito que o antigo banco BEMGE (Banco do Estado de Minas Gerais) tinha a receber. Ele demonstrou preocupação com os pagamentos para o mês de junho.
“Se o nosso desafio fosse apenas a pandemia, ele já seria gigantesco. Mas nós temos ainda um outro desafio tão grande quanto, que é a questão das contas públicas”, ponderou.
O governador afirmou que irá receber R$ 750 milhões por mês do Governo Federal, porém o valor está muito aquém do necessário para cobrir os gastos. “Vem em muito boa hora, mas é totalmente insuficiente para fazermos face a uma queda na arrecadação beira 2 bilhões de reais no mês, que é o que estamos esperando para junho”, revelou.
Sacrifícios para todos
A solução para conseguir o pagamento dos próximos meses será discutida junto aos chefes dos outros poderes em uma reunião nessa quinta-feira (21). Zema reconheceu que, até o momento, o sacrifício tem ficado concentrado no funcionalismo do executivo e nas categorias que ganham menos, principalmente de saúde e educação.
“Num momento de pandemia, em que um profissional de saúde está se expondo a risco, será que ele vai ficar sem receber o seu salário? É um momento que precisamos refletir quem é mais essencial nessa situação? Quem é que pode fazer qual sacrifício? Eu não tenho a resposta de quem vai fazer o que, mas nós vamos ter que chegar a um entendimento”, afirmou.
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Em entrevista ao BHAZ, o secretário-geral do Governo, Mateus Simões, admitiu que o parcelamento de salários dos servidores do Legislativo e Judiciário é uma alternativa a ser discutida. “A menos que a gente tenha receitas extraordinárias, alguém não vai receber integralmente. Quem? Pode ser que seja só um dos poderes, pode ser que sejam todos”, avaliou.
Para Zema, é importante que os servidores estaduais não sejam divididos em categorias de importância. “Principalmente quando esses servidores são cantineiras que ganham um salario mínimo e acabam recebendo totalmente fora da data prevista. Enquanto muitos que ganham dezenas, ou até centenas, de vezes mais continuam recebendo regularmente”, exemplificou.
Covid-19 em Minas
O mais novo boletim da SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), também divulgado na coletiva, informa que o número de mortos em decorrência da Covid-19 no Estado chegou a 177, um crescimento de 10 óbitos em relação a ontem.
Os mais novos números oficiais divulgados pelo Governo de Minas são:
- 177 óbitos (aumento de 6% em relação ao último boletim)
- 5.286 casos confirmados (aumento de 6%)
- 2.766 casos recuperados (aumento de 9%)
No enfrentamento do coronavírus, o governador anunciou a disponibilização de mais leitos de UTI. Foram 268 leitos adicionados aos 368 colocados em operação anteriormente. Ao todo, o estado tem 2.669 leitos de UTI, segundo Zema.
Entre os óbitos divulgados pelo governados, 90% dos óbitos foram registrados com comorbidade. Além disso, a mortalidade está concentrada entre os idosos, com a média de idade em 69 anos.
Além disso, o boletim revelou o alto incremento de hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). São 580% mais casos, em relação ao mesmo período de 2019.