Cruzeiro tem eleições com cusparada em Perrella, gritos contra Serginho e Pedrinho aclamado

Eleições acontecem na maior crise mineiro
Eleições acontecem na maior crise mineiro ( @CruzeiroFR/@TiroDiCanto/@Doente_pelo_Fla/Twitter/Reprodução)

Em meio à pior crise da história, o Cruzeiro começou, nesta quinta-feira (21), a realizar as eleições para a escolha do novo presidente e do presidente do Conselho Deliberativo do clube. O Ginásio do Barro Preto, em na região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi escolhido como local de votação.

Os ânimos dos torcedores que acompanhavam o pleito, do lado de fora, estavam à flor da pele, como já era esperado. Os principais alvos da torcida são Zezé Perrella e Sérgio Nonato, o Serginho. Os dois fizeram parte da gestão do presidente Wagner Pires de Sá.

Um dos momentos mais turbulentos da votação foi a saída de Serginho. Ex-diretor geral do Cruzeiro, ele é, atualmente, investigado pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) e pela Polícia Civil, por irregularidades no clube.

“Serginho vagabundo, desgraçado, filho da puta. Você acabou com o Cruzeiro”, disse um torcedor. O ex-dirigente saiu escoltado pela PM para não ser agredido.

Um dos torcedores que xingavam Serginho e dizia que ele ia “morrer” recebeu um chute por parte de um policial. “Pra que você está me chutando?”, perguntou. “Some daqui”, respondeu o militar. O BHAZ conversou com o major Flávio Santiago, porta-voz da corporação, a respeito da atuação policial na eleição (confira ao fim do texto).

Cuspe em Perrella

Zezé Perrella também foi hostilizado por torcedores, tanto na entrada, quanto na saída. No final de 2019, ele passou a ocupar o cargo de gestor de futebol depois que Itair Machado, vice-presidente de futebol, foi demitido.

Na entrada do Ginásio, por pouco Perrella não foi atingido por uma lata de cerveja jogada por um torcedor. “Ei Perrella, vai tomar no c*”, gritavam.

Assim que terminou de votar, o ex-dirigente deixou o ginásio por outra saída. Ainda assim, continuou sendo alvo de críticas e levou uma cusparada.

Pedrinho aclamado

Desde que os escândalos da gestão de Wagner Pires foram descobertos, o torcedor do Cruzeiro encontrou em Pedro Lourenço, dono da rede Supermercados BH, esperança em dias melhores.

O empresário chegou a integrar o Núcleo Transitório que assumiu o clube, mas saiu prometendo continuar ajudando o time. Ao chegar para a votação, Pedrinho foi bastante aclamado pelos torcedores celestes. O empresário teve o nome ovacionado: “Ei, ei, ei Pedrinho é o nosso rei”.

O BHAZ entrou em contato com Cruzeiro Esporte Clube, para falar sobre as manifestações ocorridas durante a votação, e foi informado que o clube está empenhado no pleito.

O que diz a PM?

Em conversa com o major Flávio Santiago, porta-voz da PMMG, ele disse que os policiais agiram com a chamada “gradação de uso da força”. ” O pessoal de torcida organizado é muito complexo de lidar. Se você bobear um segundo pode acontecer uma tragédia. Ali teve a gradação do uso da força e na sequência houve dispersão”, explicou Santiago.

A gradação de uso da força, naquele contexto, este presente em três momentos, segundo Santiago. “O primeiro é o mais leve: a presença policial, por si só, faz com que as pessoas deixem de agredir. Sabíamos que alguns eleitores eram visados por ações diversas e a PM fez um esquema especial”, diz.

“Quando o Serginho sai e ameaçam ele de morte, na frente da PM, e o pessoal vai para cima ele é um desrespeito ao primeiro degrau de uso gradativo da força. O segundo degrau é a advertência”, relata.

“O terceiro degrau ocorre quando os torcedores começam a invadir e perde-se o controle de contato – algumas pessoas vem com deixa pra lá. Existe essa previsão como forma de advertência, mas que promove ação para quem está em volta perceba a ação da polícia”, conta.

“Se a PM não age, os torcedores poderiam ter agido e até invadido o perímetro de segurança e poderia ter tragédia até chegando a morte. A ação não teve nível de arbitrariedade. É importante lidar com gradação do uso da força para impedir que o pior aconteça”, disse o porta-voz.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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