Covid-19: Estudo indica aumento da mortalidade e OMS suspende testes com cloroquina

oms suspende testes cloroquina
Decisão foi tomada após divulgação de pesquisa indicando aumento de mortalidade neste fim de semana (Marcelo Casal Jr/Agência Brasil + Banco de imagens/Shutterstock)

A OMS (Organização Mundial da Saúde) decidiu suspender os testes sobre o uso de hidroxicloroquina e cloroquina no tratamento da Covid-19. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira (25) e a justificativa foi a preocupação com a segurança do medicamento.

Tedros Adhanon Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, afirmou que a entidade levou em consideração o estudo publicado na última sexta (22) na revista científica The Lancet. A pesquisa, feita com 96 mil pacientes – a maior até então – indicou que os medicamentos não têm eficácia comprovada e aumentaram as chances dos pacientes morrerem ou sofrerem complicações cardíacas graves.

“Os autores relataram que, entre pacientes com a Covid-19 que usaram a droga, sozinha ou com um macrolídeo [tipo de antibiótico], estimaram uma maior taxa de mortalidade”, explicou Tedros. Ele informou ainda que a droga continuará sendo estudada para ajudar no tratamento de outras doenças contra as quais sua eficácia é comprovada, como malária, lúpus e doenças autoimunes.

Tedros também explicou que os ensaios Solidariedade – grupo composto por 100 países e coordenado pela OMS que busca tratamento para o coronavírus – vão continuar realizando outros testes, estando suspenso temporariamente apenas as pesquisas com cloroquina e hidroxicloroquina.

O remédio no Brasil

A droga é alvo de polêmica no Brasil. De um lado, estão as pessoas que defendem o seu uso para tratamento da Covid-19 mesmo sem eficácia comprovada – e agora com riscos comprovados. Do outro, aqueles que acreditam que não se deve usar o medicamento sem comprovação científica.

Recentemente, na contramão das recomendações de autoridades de saúde ao redor do mundo, o Ministério da Saúde, ainda sem um novo titular oficial desde a saída de Nelson Teich, liberou a utilização do medicamento para o tratamento da Covid-19 em fase inicial.

Junto com a liberação, a pasta fez ressalvas técnicas de que a droga não tem eficácia comprovada, pode causar efeitos colaterais graves e que a responsabilidade para escolha do uso do remédio deve ser pesada e discutida com um médico.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!