A Prefeitura de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, autorizou, nesta segunda-feira (1º), a reabertura gradual dos shoppings centers, shoppings populares, centros comercias e galerias da cidade. A medida válida a partir da próxima semana não vai ao encontro da ciência, conforme especialista ouvido pelo BHAZ (veja abaixo).
A autorização foi publicada no Diário Oficial e determina que os estabelecimentos comerciais funcionem de segunda-feira a sábado, de meio-dia às 20h. As praças e quiosques de alimentação seguem fechadas, podendo funcionar apenas apenas para entrega a domicílio e retirada do produto.
Os estabelecimentos autorizados a funcionar devem seguir uma série de recomendações, como:
- Aferir a temperatura de todas as pessoas que adentrarem nos estabelecimentos de que trata este Decreto, incluindo clientes, proprietários, funcionários, colaboradores e prestadores de serviço em geral – quem apresentar temperatura igual ou superior a 37,2ºC deve ser orientando a procurar o sistema de saúde;
- Não autorizar a permanência de qualquer pessoa que não esteja usando máscara
- Manter o mínimo possível de entradas abertas para acesso de pedestres e ao estacionamento
- Controlar o acesso de pessoas nas portas dos estabelecimentos, por meio da utilização de senhas ou outro meio eficaz, de modo a respeitar o limite de 50% (cinquenta por cento) da capacidade máxima permitida, evitando aglomeração, bem como mantendo o controle do fluxo de pessoas durante o período de funcionamento;
- Disponibilizar álcool em gel 70% para todas as pessoas que frequentarem os estabelecimentos mencionados no caput deste artigo, mediante a instalação de dispensers que tenham, preferencialmente, acionamento sem o uso das mãos.
A retomada das atividades comerciais estará autorizada a partir da próxima segunda-feira (8). O decreto com todas as orientações pode ser lido clicando aqui.
‘Não é momento’
Para o médico infectologista Carlos Starling, o momentão não é de reabertura para os comércios mencionados no decreto. Contagem, até esta segunda, tem 251 casos confirmados de Covid-19 e 10 mortes.
“Não é o momento. Isso obedece mais a lógica de pressão comercial do que as orientações técnico científica. Esta é uma decisão que considero arriscada”, diz ao BHAZ.
O especialista que integra o Comitê de Enfrentamento à Pandemia da Covid-19 da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) afirma que a capital recebe pacientes vindos do município vizinha. A reabertura do comércio pode causar impactos no setor de saúde, conforme avaliação dele.
“Quando digo que a decisão é arriscada, isso não vale para Contagem, mas sim BH. É uma atitude unilateral. Não há respaldo científico, o momento não é para isso. Estão indo em sentido oposto aos dados epidemiológicos”, alerta.
Outro ponto questionado por Starling é com relação aos cumprimento dos critérios determinados pelo Executivo municipal, já que na prática muitas vezes isso não acontece.
“São muitos comércios para serem fiscalizados e não sei se terão estrutura para isso. A decisão de Contagem é como fazer continência com o chapéu dos outros.