Vale do Aço atinge 95% dos leitos de UTI ocupados após novos mil casos, nas últimas 24h, em Minas

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Minas teve mais de 1.000 casos em um dia do novo coronavírus (Amanda Dias/BHAZ)

O mais novo boletim da SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), divulgado na manhã desta quarta-feira (3), informa que o número de mortos em decorrência da Covid-19 no Estado chegou a 306, um crescimento de 17 óbitos em relação a ontem.

O número de “novos” infectados chama a atenção. Em 24 horas, o crescimento foi de 1.071 diagnósticos positivos para a Covid-19. A região do Vale do Aço já está com a rede de saúde sobrecarregada (veja abaixo) por causa da pandemia.

Os mais novos números oficiais divulgados pelo Governo de Minas são:

  • 306 óbitos (aumento de 9,7% em relação ao último boletim)
  • 6.368 casos em acompanhamento (aumento de 15%)
  • 12.010 casos confirmados (aumento de 9,7%)
  • 5.336 casos recuperados (aumento de 4,2%)

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira, o chefe de gabinete da pasta, João Pinho, considerou como preocupante a situação do Vale do Aço, onde a ocupação dos leitos de UTI (Unidades de Pronto Atendimento) está em quase 95%.

“A gente cogita um plano específico. A gente iniciou, na semana passada, uma série de reuniões com as macrorregionais. Nessas reuniões, a gente apresenta as curvas de tendência, a taxa de contágio, a ocupação e outros dados”, informou Pinho.

O chefe de gabinete confirmou que o Vale do Aço poderia, inclusive, chegar a uma marca de 100 mil novos casos até o fim de junho. Esse número, no entanto, seria “alcançado” caso nenhuma providência fosse tomada para barrar o vírus.

“Na estimativa relativa ao R0 [número de infectados sem nenhuma medida de combate], que foi feita, a gente poderia vir a alcançar essa marca de 100 mil casos”, disse.

Sem estrutura suficiente

No entanto, Pinho explicou que a pasta espera que o número de casos não cresça tão acentuadamente. “Esperamos que não ocorra. Essas reuniões e essas conversas com a região funcionam justamente para a gente adotar medidas nesse momento para que esse cenário não ocorra”, explicou. A SES-MG recomenda que os moradores da região mais afetada cumpram com mais rigor o isolamento social.

Ele acrescentou ainda que, se uma determinada região do Estado, chegar a taxas de 50 mil, 80 mil ou 100 mil casos, o volume de pessoas que vão precisar de atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde) é muito grande.

“Vai ser muito superior a capacidade instalada. O Estado tem empreendido todos os seus esforços para enviar equipamentos, propiciar um ambiente para a abertura de leitos, mas a gente sabe que nenhuma dessas medidas vai ser suficiente para dar conta da necessidade de assistência face a uma pandemia desse porte”, enfatizou.

Perfil dos doentes

Em Minas Gerais, a média de idade dos infectados pelo novo coronavírus é de 42 anos. A maioria dos doentes é homem (56%). É importante ressaltar que a Covid-19, no Estado, tem atingido mais pessoas que já tinham algum tipo de doença.

Homens são mais afetados pela Covid-19 em Minas (SES-MG / Reprodução)

Perfil dos mortos

Quanto aos óbitos, 76% das vítimas têm 60 anos ou mais. A idade média das pessoas que faleceram em razão do novo coronavírus é de 69 anos. Além disso, 88% dos mortos já tinham alguma doença antes da Covid-19. A comorbidade mais comum é a hipertensão. O vírus já está em 112 cidades mineiras.

Reforce a proteção contra o vírus

A SES-MG orienta que a população tome algumas medidas de higiene respiratória para evitar a propagação da doença, são elas:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.

Aline Diniz[email protected]

Editora do BHAZ desde janeiro de 2020. Jornalista diplomada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) há 10 anos e com experiência focada principalmente na editoria de Cidades, incluindo atuação nas coberturas das tragédias da Vale em Brumadinho e Mariana. Já teve passagens por assessorias de imprensa, rádio e portais.

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