Covid-19 acelera e pode aumentar o número de mortes em Minas, diz secretário

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Secretário admitiu aceleração do contágio da Covid-19 em Minas (Amanda Dias/BHAZ)

A epidemia do novo coronavírus começa a apresentar sinais de aceleração em Minas com a aproximação do pico da doença, que deve ocorrer no dia 15 de julho, quatro dias a menos do que o anunciado na semana passada – dia 19 de julho -. A informação foi confirmada pelo secretário de Estado adjunto de Saúde Marcelo Cabral, em coletiva realizada na Cidade Administrativa, na manhã desta segunda-feira (8).

O Estado alcançou 15.883 casos confirmados do novo coronavírus. Até o momento, são 380 mortes por Covid-19, um aumento de quatro mortes em comparação com essa terça-feira (7). Veja o que mudou em relação ao último boletim:

  • 15.703 casos confirmados (aumento de 1,15%)
  • 8.646 casos em acompanhamento (queda de 0,59%)
  • 6.857 casos recuperados (aumento de 3,42%)
  • 380 mortes por Covid-19 (aumento de 1,06%)

“Esse aumento de casos tem a ver com aproximação do pico, isso acaba tendo uma relação próxima com a maior dispersão do vírus e aceleração que, infelizmente, pode aumentar o número de óbitos e os casos confirmados”, disse Marcelo Cabral.

Subnotificação

Outra questão quem tem preocupado em Minas é o aumento de mortes por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave). De acordo com dados do Ministério da Saúde, analisados pelo portal Coronavírus-MG.com.br, 1.364 mineiros morreram desde o fim de fevereiro em decorrência de SRAG, cujos sintomas são similares aos da Covid-19. Isso representa 1.225 óbitos a mais do que o esperado, ou 884%, considerando a média de 138 mortes registrada nos anos anteriores.

+ Mortes por síndrome respiratória aumentam 884% e estão na fila de testes para Covid desde fevereiro

No entanto, o subsecretário alega que a situação está controlada em Minas e que, na verdade, o aumento de óbitos por SRAG se deve ao número de notificações, mas que não refletem nos testes. E que, além disso, pode estar associado também a outras doenças.

“A partir do momento que fomos atingidos pela pandemia, essa notificação passou a ser mais incidente. A SRAG traz conjunto de sintomas que não coincidem somente com o coronavírus, como também com doenças cardíacas, por exemplo, que podem apresentar esse quadro. É importante mencionar também que quando se faz a declaração do óbito, vem na declaração ‘suspeita de Covid-19’, e cabe à família tentar correr para providenciar o atestado para fazer o sepultamento”, explica o subsecretário.

O secretário insiste que todas as mortes notificadas como suspeitas são testadas em Minas e que, a partir do momento, em que o exame dá negativo, é possível alterar a declaração de óbito. No entanto, o processo pode ser demorado e judicializado. “A alteração só pode se fazer por procedimento judicial que leva mais tempo para alteração. Os óbitos todos testados. Existe sim a subnotificação, que é uma característica de qualquer pandemia, mas todos os esforços estão sendo feitos para que as mortes sejam todos testados para amenizar a subnotificação”, acrescenta.

Testagem

O chefe de gabinete da Saúde, João Márcio Pinho, disse que a capacidade de testes do Estado deve aumentar nos próximos dias. No entanto, o governo mantém como estratégia poupar os testes para o momento de pico da doença, previsto para o dia 15 de julho.

“Nós vamos receber quase 150 mil testes. E com essa quantidade adquirida vamos ter uma capacidade de testagem ampliada. Com isso, saberemos quantos testes são necessários para analisar determinados grupos. Minas vem ampliando, pouco a pouco, a capacidade de testagem”, explica.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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