Um adolescente de 15 anos foi torturado e morto em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. O crime foi motivado por vingança, já que a vítima era suspeita de abusar sexualmente de quatro crianças – de 3 a 6 anos. Os envolvidos na morte do rapaz foram presos e os detalhes da ocorrência foram passados, nesta terça-feira (16), em coletiva de imprensa.
A delegada Adriana das Neves Rosa, titular da Delegacia Especializada de Homicídios de Santa Luzia, disse que os abusos cometidos pelo rapaz envolveram crianças que moram na Vila Aparecida, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, em 4 de junho.
O crime sexual revoltou a população local e despertou o desejo de vingança em um homem de 27 anos e em duas mulheres, de 21 e 28. Eles são familiares das crianças abusadas.
“A própria comunidade tentou linchar o adolescente na Vila, porém os investigados não conseguiram a autorização para executar a vítima na Vila Aparecida”, explicou a delegada.
Tortura
Após ser retirado do aglomerado, o adolescente foi levado para a casa de uma das envolvidas, em Santa Luzia, no bairro Baronesa. No imóvel, ele foi torturado durante toda a noite, e depois morto a tiros em um lote vago.
“Eles [investigados] assumem, em parte, o crime, mas negam a execução. A investigação ainda está em curso, porém a notícia é de que as agressões começaram na Vila. Uma das mulheres deu uma facada no rosto dele. Na casa aconteceram outras torturas”, disse.
A tortura foi gravada e divulgada nas redes sociais. O envio do vídeo em grupos de WhatsApp fez a Polícia Civil chegar aos suspeitos, já que havia a sinalização de quem havia cometido o crime.
O trio foi preso no dia 9 de junho.
Histórico do adolescente
O adolescente, conforme detalhou a delegada, tinha um histórico conturbado e apresentava transtornos mentais, como bipolaridade. “A história de vida dele era complicada. O pai foi morto por envolvimento com o tráfico, a mãe o abandonou por ser viciada, ele sofreu abusos sexuais e foi criado pela avó e em um abrigo”, disse.
Antes de ser morto, o adolescente estava vivendo em situação de rua e se envolveu com o tráfico na região da vila. “Ele era o olheiro do tráfico e recebia drogas para consumo como pagamento”, detalhou.
A delegada finalizou pedindo para as que pessoas evitem “justiça com as próprias mãos”. “As instituições são constituídas e consolidadas. Estes abusos [sofridos pelas crianças] deveriam ser relatados paras as autoridades e as procidências seriam tomadas”.
O caso segue sendo investigado.
