O governador Romeu Zema (Novo) disse, nesta terça-feira (16), que ainda não é o momento de ativar o hospital de campanha montado pelo Governo no Expominas, no bairro Gameleira, na região Oeste de BH.
A afirmação do governador vem após a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) cobrar do Estado a ativação da estrutura para evitar que o sistema de saúde municipal não seja pressionado com pacientes vindos do interior.
“Não é o momento ainda [de inaugurar a estrutura]. Nós estamos ampliando continuamente o número de leitos de UTIs (Unidade de Terapia Intensiva), pois o paciente no hospital é muito mais bem atendido e tem mais recursos do que no hospital de campanha”, disse. “Mas, o hospital de campanha está apto para funcionar tão logo seja necessário”, acrescentou.
Sobrecarga em BH
Em relação à sobrecarga em Belo Horizonte, Zema rechaçou a possibilidade. “As estruturas de saúde de Minas Gerais estão concentradas em BH e, historicamente, em Belo Horizonte sempre recebeu pessoas do interior. A alegação de que a capital está ficando sobrecarregada não procede. Isso é histórico e sempre aconteceu. O SUS é muito anterior ao meu governo e de qualquer outro mandatário e isso sempre ocorreu”, afirmou.
“Não existe, definitivamente, essa questão de que o interior está enviando pessoas para a capital, pois isso sempre foi uma prática já que os hospitais foram construídos aqui para essa finalidade”, alegou ainda o governador.
Cobrança
Na sexta-feira (12), o secretário municipal de Saúde de BH, Jackson Machado, solicitou ao Governo de Minas a ativação do hospital para que o sistema de saúde da capital não fique sobrecarregado (leia mais aqui).
“Entrei em contato com o secretário de Saúde [Carlos Eduardo] para inaugurar o Hospital de Campanha para atender região Centro-Sul, para atender as cidades. Se não for aberto, vai pressionar BH, o que não é correto, do ponto de vista do SUS”, disse na ocasião.
Nessa segunda (15), Carlos Eduardo, secretário estadual de Saúde, confirmou a conversa. “Realmente tive contato com o Jackson na semana passada e conversamos brevemente sobre avaliações do contexto da epidemia na cidade e região metropolitana e no Estado. Entendemos que temos a capacidade de ampliação de leitos tanto em Minas quanto na região metropolitana”, disse o secretário de Estado.
Carlos afirmou que, ainda nesta semana, as suas secretarias – Estadual e Municipal – devem se reunir para debater a abertura do hospital de campanha. “Nós agendamos com as equipes técnicas das secretarias municipal e do Estado para ver os dados de ampliação de leitos, quantos leitos são necessários e a programação do isolamento adequado”, acrescentou.
Estratégia
A estratégia adotada pelo Governo é ampliar os leitos já existes na rede estadual de saúde, antes que seja necessário ativar o hospital de campanha. Zema anunciou hoje a aquisição de 500 respiradores que permitirão a abertura de novas unidades de tratamento, com 79 delas sendo inauguradas nos próximos dias.
“Minas passa a contar com 2964 leitos de UTIs (Unidade de Terapia Intensiva). É uma estrutura muito superior a 90 dias atrás quando epidemia chegou e se iniciou. Essa expansão já ocorreu em BH, onde os hospitais Julia Kubitschek e Eduardo de Menezes também tiveram leitos ampliados”, ressaltou o governador.
Hospital de campanha
O centro de saúde para o combate ao avanço do novo coronavírus em Minas foi instalado no Expominas, em BH. O local, que já foi palco de shows e eventos, recebeu a estrutura com 768 leitos destinados ao tratamento de infectados pela Covid-19 (saiba mais aqui) .
O hospital de campanha será dividido em três blocos. O primeiro, chamado de bloco amarelo, que deve ser entregue até o fim do mês. O espaço contará com 260 leitos de enfermaria, com suporte básico.
Os outros dois blocos, azul e verde, disponibilizarão 220 e 260 leitos, respectivamente. Eles serão ativados em caso de necessidade (aumento no número de casos) e têm a mesma estrutura.