BH tem 84% de leitos de UTI ocupados e lockdown não é descartado

Ocupação dos leitos segue alta na capital
Ocupação dos leitos segue alta na capital (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Os casos de coronavírus seguem aumentando em Belo Horizonte e como reflexo mais leitos para tratar a doença vêm sendo ocupados na capital mineira. Os de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), por exemplo, chegaram a 84% nesta quarta-feira (24). O dado é preocupante, segundo o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado.

O Boletim Epidemiológico da Covid-19, divulgado pela PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), aponta ocupação de 70% das enfermarias e 84% de UTI. Os números sinalizam um possível lockdown e preocupam a administração do município.

  • UTI Covid-19 – 282 leitos no total – 84% ocupados
  • Enfermaria Covid-19 – 743 leitos no total – 70% ocupados

“As taxas de ocupação são preocupantes, mas a gente não se baseia só nelas [para definir o lockdown]. Os números de sexta-feira vão determinar. Todos os cenários podem acontecer: continuação da flexibilização, lockdown e ficar do jeito que está”, disse Jackson Machado, secretário de Saúde de BH, ao BHAZ.

Com os números atuais, Machado disse que ainda não pode cravar o que vai ocorrer. “Depende da média da semana. Precisamos aguardar até sexta”.

Orientações

Para evitar a contaminação de mais pessoas, o médico destaca a importância de seguir as orientações das autoridades sanitárias. “O isolamento social é sagrado. A população também precisa manter o distanciamento, uso de máscaras, a higienização das mãos e somente sair quando for indispensável”, concluiu.

Belo Horizonte tem 4.772 casos confirmados, 3.799 recuperados e 104 mortes.

O que é lockdown?

De acordo com Arthur Chioro, médico sanitarista e ex-Ministro da Saúde (2014-2015), o lockdown seria uma graduação mais intensiva do processo de isolamento. “É quando você toma, dada a gravidade da situação por alguma doença fora de controle, uma medida rígida para buscar o maior grau de isolamento social possível. Dessa forma, somente os serviços essenciais são preservados. Todo o resto é fechado, e restringe-se também a circulação de pessoas”, explicou ao BHAZ, na última segunda-feira.

De acordo com o ConJur, no lockdown, há uma limitação de alguns direitos básicos, especialmente de ir e vir e reuniões. Por isso, há quem questione se a medida não é inconstitucional. A Constituição só permite a restrição desses direitos fundamentais pelos estados de defesa ou de sítio e, até o momento, não foram declarados, somente o de calamidade pública.

O especialista ainda explica que o lockdown dura, geralmente, um mês. “É preciso que as pessoas fiquem em casa por um período suficiente para se interromper a cadeia de transmissão. Ou que a taxa fique abaixo de 1, ou seja, que um paciente passe a transmitir para menos de uma pessoa”, explicou.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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