Kalil não descarta ‘colapso’ em BH com aumentos de casos de Covid-19

Prefeito anunciou que somente os comércios essenciais poderão funcionar
Prefeito anunciou que somente os comércios essenciais poderão funcionar (Amanda Dias/BHAZ)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), disse que a capital mineira pode enfrentar um colapso em decorrência do novo coronavírus. A declaração foi dada, nesta sexta-feira (26), durante o anúncio do fechamento do comércio na cidade, exceto os considerados essenciais.

O chefe do Executivo municipal agradeceu aqueles que fizeram corretamente o isolamento social e pediu para que todos respeitem a ciência. “Não há outro caminho. Não estamos em descontrole. Segundo fui informado pela equipe, ainda não. Mas podemos chegar perto do colapso, do descontrole”, disse.

Visivelmente emocionado, Kalil prosseguiu. “Eu tô amargurado, eu tô triste, mas nós vamos sair [desta situação] lá na frente”.

Samu

O recuo na flexibilização foi causada por diversos fatores: aumento de infectados, ocupação de leitos, dentre outros. Um deles, segundo o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, é o aumento de demanda no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

“O Samu fazia o transporte de 50 pessoas por dia e esta semana passou para 100. Anteontem teve Centro de Saúde aberto até às 23h30 esperando ambulância para buscar o paciente”, informou.

Para diminuir o tempo de espera, novos veículos passarão a integrar a frota. “Mais nove ambulâncias estão disponíveis para o Samu. Isso é para não haver demora e a pessoa não ficar esperando”, complementou o secretário.

Comércio fechado

A partir da próxima segunda-feira (29), a capital mineira volta ao cenário do início da pandemia, entre o fim de março e abril, quando apenas setores fundamentais para a população puderam abrir.

“O protocolo da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) está sendo seguido rigorosamente e, como os dados pioraram muito, estamos voltando para a fase zero do bloqueio da cidade”, anunciou Kalil.

O secretário de Saúde ressaltou que ao regredir no processo de flexibilização, a prefeitura tenta diminuir o índice de transmissão. “O nível de alerta é vermelho. Os casos estão aumentando. As UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) estão lotadas com muitos casos de Covid”.

A capital mineira tem até esta sexta-feira(26), 5.195 casos confirmados e 121 óbitos. Os leitos de UTI para Covid-19 estão com 86% de ocupação e os de enfermaria 67%.

Quem pode abrir?

Os comerciantes contemplados pelas duas ondas de flexibilização – tais quais shoppings populares, iluminação, cosmético, veículos automotores, calçados, artigos de viagem, bebidas etc. – estão proibidos de abrir as portas a partir da próxima segunda-feira (29). Apenas aqueles considerados essenciais poderão funcionar.

Confira na tabela abaixo com os horários que estavam sendo permitidos. Questionada, a PBH disse que ainda analisa se esse horário de funcionamento sofrerá alguma alteração, mas são esses os segmentos permitidos:

Importante ressaltar que bares, lanchonetes e restaurantes continuam liberados para funcionar, desde que exclusivamente para os serviços de delivery ou retirada.

A PBH vai divulgar o horário de funcionamento dos locais autorizados a abrirem às portas. “Novos horários de funcionamento do comércio essencial estão sendo estudados”, disse Kalil sem falar a data exata de quando será divulgado.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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