Justiça obriga Backer a disponibilizar canais de atendimento a consumidores após intoxicações

backer deve manter canais de atendimento
Objetivo da decisão é informar consumidores da cerveja sobre riscos à saúde (Amanda Dias/BHAZ)

Uma decisão judicial da 23ª Vara Cível de Belo Horizonte determinou que a cervejaria Backer disponibilize e divulgue canais de atendimento às pessoas que consumiram a bebida produzida pela empresa. O objetivo é informar aqueles que beberam a cerveja e não sabiam o que fazer diante do risco de danos à saúde física.

Como forma de cumprimento da decisão e diante do requerimento do MPMG (Ministério Público do Estado de Minas Gerais), a Backer foi obrigada a manter o site. Além das informações publicadas nele, também foi disponibilizado o telefone de contato (31) 3228-8859 e o e-mail [email protected], para atender os consumidores das cervejas Backer que tenham dúvidas e questionamentos.

A medida atende a um dos pleitos do MPMG, que ajuizou Ação Civil Pública contra a cervejaria requerendo a adoção de inúmeras medidas visando à defesa dos direitos dos consumidores afetados pelos produtos (cervejas) contaminadas com etilenoglicol e dietilenoglicol.

Conclusão do inquérito

A Polícia Civil de Minas Gerais terminou o inquérito sobre o caso envolvendo a cervejaria Backer em 9 de junho e indiciou 11 pessoas por crimes diversos, tais quais homicídio, lesão corporal, falso testemunho e extorsão. Os gestores, como a empresária Paula Lebbos, não vão responder por homicídio, mas serão indiciados (veja os detalhes aqui).

O trabalho de investigação da polícia mineira durou cinco meses e indicou que a Backer assumiu o risco de contaminar os consumidores ao ignorar os procedimentos indicados pela própria linha de fabricação da cervejaria. Segundo o trabalho dos investigadores, dois vazamentos fizeram com que os produtos tóxicos se misturassem às cervejas, provocando a intoxicação de 29 vítimas, sendo sete mortes e 22 sobreviventes.

No entanto, a Backer discorda do resultado do inquérito policial a respeito dos casos de intoxicação provocados pelo consumo de bebidas da marca. Em entrevista coletiva realizada um dia após a conclusão do inquérito, os advogados de defesa da cervejaria sustentaram que a responsabilidade criminal deveria ser atribuída aos fornecedores da empresa. Além disso, informaram ter depositado R$ 200 mil para auxiliar vítimas da intoxicação (leia o posicionamento da empresa aqui). 

Com MPMG

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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