Mãe faz novo chá de revelação para filha trans assumir identidade

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A mãe conta que o processo de transição fez com que sua filha ficasse muito mais feliz (@juliehindsley/Instagram/Reprodução)

A mamãe coruja Julia Hindsley resolveu preparar um chá de “re-revelação” para sua filha, de 6 anos. A criança, que nasceu como o garoto Easton, agora se chama Ella e leva a vida de uma menina, como sempre quis. A enfermeira, de 33 anos, conta ao tabloide britânico Mirror, que sempre percebeu que Easton era um garoto muito diferente do irmão, de 11 anos.

“Quando ela começou a falar e se expressar, eu percebi que tinha alguma coisa. Ela falava sobre querer um cabelo tão longo quanto o meu e querer usar as mesmas roupas que eu. Nós estivemos em negação por um longo tempo, até que finalmente aprendemos a deixar nosso filho e aceitar nossa filha”, relatou.

Agora, aos 6 anos, após a família ter o acompanhamento de profissionais, Ella fez a transição socialmente. Os pais resolveram ter o segundo chá de revelação para a garota celebrar sua verdadeira identidade e revelá-la ao mundo.

‘Eu quero ser uma menina’

A enfermeira conta que ela e o marido, Daniel, só aceitaram a realidade de que a filha era transgênero quando ouviram ela dizer: “Eu quero ser uma menina!”. Antes disso, a família passou por um longo processo de aceitação e chegaram a desencorajar a criança a ter hábitos femininos.

Julie lembra que o casal achou que a criança eventualmente mudaria de ideia. Eles incentivavam Ella a se interessar por esportes, como basebol, e tentavam entretê-la com outros brinquedos. No entanto, a criança sempre pedia para se vestir em roupas de meninas e brincar com bonecas.

(@juliehindsley/Instagram/Reprodução)

“Eu comecei a perceber que ela não queria brincar com nenhum dos brinquedos que tinha. Em uma festa de aniversário da minha sobrinha ela ficou super animada com os brinquedos. Meu marido comprou para ela a primeira boneca quando ela tinha dois anos e ela ficou muito animada”, narrou ao jornal.

Julie conta que o casal começou a se preocupar em não encorajar nenhum comportamento. “Meu marido começou a achar que a gente estava comprando muitos brinquedos de meninas para ela. Nós sempre perguntávamos o que ela queria, mas eu sabia que ela era transgênero muito antes de ele estar disposto a admitir”, afirmou.

Ajuda profissional

Eventualmente, Julie percebeu que deveria aceitar a filha como ela era e conversou com Daniel. “Eu estava tentando ficar confortável com ideia quando eu contei para ele. Ele aceitou e procuramos por profissionais, que nos ajudaram muito”, relatou.

“Eles nos disseram que dificilmente alguma criança muda de ideia sobre a identidade de gênero depois dessa idade, quando eles são consistentes, insistentes e persistentes, como Ella era. E também disseram que deixá-la ser do gênero que se identificava era a melhor coisa para sua saúde mental”, continuou.

A transição

Depois de várias sessões com um conselheiro, Julie e Daniel decidiram que a melhor coisa era que Ella passasse pela transição o mais breve possível. “Nós falamos com ela e perguntamos se ela queria começar a primeira série como uma menina e ela ficou super animada e disse sim”, comentou.

(@juliehindsley/Instagram/Reprodução)

O processo de transição começou no fim de 2019. Em fevereiro, Julie e Ella foram às compras para montar um novo guarda-roupa para a criança. Em março, a família começou a usar os pronomes “ela/dela”. “Não tem mais briga ou barganha com ela. Ella está muito mais feliz desde que aconteceu, como uma nova criança”, concluiu.

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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