Os leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de Covid-19, em Belo Horizonte, atingiram novo recorde na taxa de ocupação nesta quarta-feira (8). O índice chegou a 92%, o que reforça a “epidemia está em aceleração”, conforme define integrante de comitê de combate à doença. A capital mineira já tem mais de 9,3 mil casos confirmados e 201 mortes causadas.
O Boletim Epidemiológico da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) indica que os leitos de enfermaria para a doença também estão com alta ocupação, 76%. Os números sinalizam que a cidade está em um momento de “muita atenção”, segundo define o médico infectologista Carlos Starling.
“Belo Horizonte está com a epidemia em aceleração, ou seja, estamos em um momento que requer muito cuidado. Caminhamos para o pico da epidemia”, diz ao BHAZ. O especialista integra o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da PBH e destaca que a população precisa cumprir as medidas sanitárias. “Tem que reforçar o isolamento social, o distanciamento e a higiene, pois a transmissão está acelerada”.
“Sempre dissemos que julho seria um mês difícil. Agosto também será complicado. Para a curva diminuir, a população precisa seguir as medidas de isolamento”, aponta Starling, ao afirmar que o aumento nos números de casos já era esperado pelo comitê..
Lockdown
Indagado se este seria o momento do prefeito Alexandre Kalil (PSD) decretar lockdown na cidade, o infectologista disse que esta “não é prerrogativa da prefeitura”. “A medida tinha que partir do governo federal. O lockdown precisava ser feito lá atrás, mas esta oportunidade foi perdida. Não tem como BH fechar fronteiras. É impossível”, ressalta.
Starling destaca que a PBH continuará autorizando somente a abertura do comércio essencial. “Vamos fazer o que está sendo feito, mas tem sido difícil as pessoas perceberem a necessidade apenas do funcionamento deste tipo de comércio”.
A dificuldade citada pelo infectologista se dá pelo discurso negacionista do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que, mesmo infectado pelo vírus, segue apresentando “falsos milagres”. “Até que a epidemia chegue à casa de cada habitante, as pessoas vão continuar acreditando em soluções milagrosas, como a hidroxicloroquina. Os falsos milagres confundem as pessoas e as enganam”, conclui.
Reforce a proteção contra o vírus
A SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) orienta que a população tome algumas medidas de higiene respiratória para evitar a propagação da doença, são elas:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.