Uma mulher gravou a cena da filha sendo levada para casa dentro de um carrinho de mão, após retorno de uma UBS (Unidade Básica de Saúde), na zona rural de Januária, no Norte de Minas Gerais. A pequena Maria, de 9 anos, tem síndrome nefrótica, uma doença nos rins. O diagnóstico foi feito em 2015 e, desde então, precisa de remédios e consultas.
“Eu me senti desprezada e humilhada. Filmei porque dói. O governo libera o carro da saúde para socorrer todo mundo, mas quando precisamos, cadê?”, diz Gilvânia Carmo de Souza, mãe da menina, ao G1.
Após a consulta, a mãe da menina teve a informação de que o veículo que as levaria para casa não estava disponível. Por conta do inchaço provocado pela doença, a criança não conseguia andar. Com isso, os pais precisaram improvisar um transporte, com o carrinho de mão, para levar a filha para casa.
Segundo o casal, essa não foi a primeira vez que o desrespeito ocorreu. As imagens foram gravadas no fim de junho, mas o caso só veio a conhecimento público nos últimos dias.
“Fui atrás do carro da saúde, mas disseram que tinha uma grávida esperando. Depois, fiquei sabendo que a grávida foi levada pelo Samu e vi o carro sendo usado por outra pessoa. Ele fica parado aí, a gente tem que colocar a gasolina e até pagar alguém para dirigir quando precisa”, explica a mãe da criança.
A criança pesa 36 kg e, com isso, nem o pai nem a mãe dão conta de carregá-la. Para a menina ter um mínimo de condições de aguentar a viagem de volta para casa, os pais colocaram um cobertor e um travesseiro, para dar conforto à filha. Com o sol forte, o rosto da menina foi tampado com uma toalha.
“Tem vezes que ela fica uma semana boa, chega a ficar por um mês sem inchar. Antes só inchava, mas agora chora de dor nos rins e diz que tem medo de morrer. Ela incha tanto que nenhuma roupa de criança cabe nela”, completa a mãe.
Problema deve ser resolvido
Por meio de nota enviada ao G1, a assessoria de comunicação da prefeitura de Januária explicou que o distrito de Pandeiros tem um carro mantido pela cidade para atender a área da saúde. Os deslocamentos são feitos pela associação de moradores, mas um funcionário efetivo deve começar a trabalhar nesta semana, sendo responsável pela condução do veículo.