O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou neste sábado (11) que julho será o “mês, com toda certeza, que teremos mais casos, mais óbitos e também mais internações”. Como uma das medidas para enfrentar o chamado pico de contaminação de Covid-19, o gestor estadual anunciou a inauguração do hospital de campanha, localizado no Expominas, Zona Oeste de BH, na segunda-feira (13).
“Daí a decisão de ativarmos o hospital neste momento, mesmo havendo ainda vagas no sistema convencional, mas não vamos arriscar. Vamos oferecer 30 leitos, que é o mínimo executável, que ficará disponível já a partir de segunda-feira. Esse número poderá ser ampliado de um dia para o outro para 60, 100, 150… Queremos passar esse período de pico com reserva, com cautela. Nada melhor do que isso”, afirmou Zema.
Com estrutura montada desde março, o hospital de campanha de BH se tornou alvo de críticas justamente pela demora na inauguração, mesmo com a capital atingindo índices superiores a 90% de ocupação de leitos. Em entrevista exclusiva ao BHAZ no início deste mês, o secretário de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, sinalizou que o hospital montado no Expominas seria inaugurado após processos burocráticos cujo edital seria concluído no dia 16, portanto, após o pico, previsto para o próximo dia 15.
“Sabemos que tem condição de abrir, mas isso vai envolver remanejamento de pessoal. O ideal no sentido de fazer [a abertura] vai ser quando realmente o processo da OS [Organização Social, para administrar a estrutura] estiver pronto”, afirmou (relembre aqui).
Prioridade
O governador reforçou, durante anúncio hoje, que a prioridade continuará sendo a utilização de leitos em estruturas tradicionais. “Qualquer pessoa que precisa de internação hospitalar, a prioridade é que seja atingida em um hospital convencional primeiramente. Lembrando que hospital convencional tem muito mais recursos do que um hospital de campanha: laboratório, exames complementares, ressonância magnética etc, o que, infelizmente, hospital de campanha não tem”, afirmou.
Zema também relembrou que, do investimento total de R$ 5,3 milhões para erguer o hospital de campanha no Expominas, R$ 800 mil saíram de cofres públicos. “O restante foi feito através de doações da iniciativa privada, principalmente da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), a quem eu agradeço bastante”, disse.
O governador ainda citou números para exaltar o trabalho do Governo de Minas. “Hoje, coincidentemente, está fazendo 100 dias que as medidas foram adotadas no nosso Estado. Nesses 100 dias, caminhamos muito, saímos de 2.072 UTIs para 3.350. Esse número vai continuar aumentando neste mês de julho. Penso que, se não fosse a pandemia, em 5, 10 anos, o Estado iria atingir esse número”, afirmou.
O administrador disse que foram adquiridos 1.047 respiradores, dos quais “mais da metade já chegou e está sendo distribuída”. “Reparamos mais de 400 equipamentos desses que estavam sem uso em todo o Estado e também fizemos compra centralizada de APIs para aquelas prefeituras que não têm condição”, complementou.
Lamentação
Boletim da SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) divulgado hoje revela que 1.550 pessoas já morreram no Estado mineiro em decorrência da Covid-19. Ao todo, 73.813 já foram contaminados, segundo os casos confirmados pela gestão, dos quais 3,7 mil foram incluídos apenas nas 24h.
“Queria lamentar as 1,5 mil vítimas, os 1,5 mil óbitos que já tivemos em Minas Gerais. Dos óbitos em Minas Gerais, graças a Deus, nenhum foi por falta de assistência, foram porque as pessoas não conseguiram resistir. Queremos continuar atendendo todo mineiro e não temos medido esforços para isso. Vamos continuar dessa forma”, argumentou.
“Segundo os infectologista, estatísticos, epidemiologistas, o pico da curva é agora, dia 15. Não sabemos se as previsões se confirmarão, estamos nos preparando para o pior”.