Cães mortos na Grande BH foram envenenados por donos de abrigo

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A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava a morte de 69 cães (Google Street View/Reprodução + WhatsApp/Reprodução)

A Polícia Civil concluiu, nessa segunda-feira (13), o inquérito que investigou o crime de maus-tratos cometido contra 73 cães, resultando na morte de 69 desses animais. O fato ocorreu no dia 14 de março deste ano, em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte.

Na ocasião, a proprietária do abrigo onde estavam esses cães procurou a polícia alegando que eles haviam sido vítimas de envenenamento. No entanto, durante as investigações, a polícia concluiu que a mulher, juntamente com o marido, foram os responsáveis pelos maus-tratos desses animais.

O chefe do 2º Departamento de Polícia, delegado-geral Rodrigo Bustamante, ressalta que os suspeitos “após terem provocado a morte de alguns cães por realizarem um transporte de forma inadequada, envenenaram o restante dos animais que ainda tinham chances de sobreviver”.

“O intuito era de ocultar a causa da morte dos primeiros cães dentro do caminhão e preservarem sua imagem frente ao trabalho que vinham desenvolvendo no lar temporário”, disse o delegado. O casal foi indiciado pelos crimes de maus-tratos aos animais e fraude processual, por tentar dissimular a real causa da morte dos cães e por desviar o foco da investigação policial.

O crime

Em março, o casal responsável pelo lar temporário preparava-se para mudar de endereço, de Ribeirão das Neves para a cidade de Contagem, onde passaria a atender em local maior visando um aumento no lucro. A estadia cobrada aos clientes por cada animal era de R$ 160 e um saco de ração por mês.

Conforme explicou a Delegada Stefhany Martins, a mudança do abrigo foi realizada por volta das 13 horas, em um dia muito quente. “Ficou constatado que a proprietária do lar temporário e o marido colocaram 73 cães dentro de um caminhão baú fechado, sem ventilação ou sistema de refrigeração. Além disso, não foram usadas caixas de transporte, ficando os animais soltos dentro desse compartimento de cargas por uma hora e meia”, conta a Delegada.

Os cachorros foram colocados nesse veículo, sem condições adequadas para o transporte, mesmo depois de os clientes do abrigo terem pago o valor de R$ 30, cada um, para a execução do serviço.

Ao chegarem em Contagem, também na região metropolitana de BH e abrirem o compartimento onde estavam os cachorros, a suspeita e os familiares se depararam com 20 animais já mortos e os outros bastante debilitados em razão de um processo conhecido como hipertermia, provocado pela alta temperatura e a baixa ventilação no local.

A suspeita ainda tentou molhar os animais sobreviventes na tentativa de reanimá-los, mas os cães continuavam morrendo. Nesse momento, ela afirmou aos familiares que os animais teriam sido vítimas de envenenamento e, por esse motivo, aplicou um pó de coloração escura na boca dos cachorros sobreviventes. A suspeita alega que tratava-se de carvão ativado, produto utilizado em casos de intoxicação.

No entanto, laudos da perícia técnica da Polícia Civil apontam a ausência de carvão ativado no estômago dos cães e a presença da substância carbamato aldicarb, conhecida como chumbinho.

Com PCMG

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