Comércio permanece fechado em BH, mas abertura total por 4 dias será estudada

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Comércio permanecerá fechado em BH (Amanda Dias/BHAZ)

O comércio de Belo Horizonte permanecerá fechado – com abertura permitida apenas para segmentos considerados essenciais – na próxima semana. A decisão foi informada na tarde desta quarta-feira (15), pela PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), aos representantes do comércio da capital mineira – incluindo associações e sindicatos, como o Sindilojas BH (Sindicato de Lojistas de Belo Horizonte) – durante reunião de cerca de 2h.

Por outro lado, a gestão municipal se comprometeu a analisar uma proposta dos donos e trabalhadores do comércio: que todas as lojas – sem qualquer exceção de segmento – possam abrir por quatro dias da semana, e fechar nos outros três. “Não dá para o comércio flexibilizar aos poucos: atinge um número muito pequeno de comerciantes e a mortalidade das lojas será grande”, explica o presidente do Sindilojas BH, Nadim Donato.

“Falamos [com a PBH] da necessidade de equilibrar saúde e economia. Assim, recuperamos um pouco da economia e seguramos a taxa de crescimento [de casos de Covid-19]. A PBH ficou de analisar e a gente, de trazer mais dados”, complementa Donato, que reconhece a impossibilidade de abrir o comércio na próxima semana devido aos dados de contaminação do novo coronavírus.

“Os número ainda não são bons. O sindicato acredita que estamos no pico pelo que estamos acompanhando. Por isso, não vai ter abertura na próxima semana”, resume. Os representantes do setor receberam da prefeitura, ainda, protocolos de reabertura de shoppings, bares e restaurantes. “Hoje existe acerto de horário de funcionamento, o que falta é a queda da doença”, explica o presidente do Sindilojas BH.

“Acreditamos que na próxima semana teremos boas notícias. Sou empresário, mas acredito que já estamos no pico da doenças”, finaliza.

Histórico

Após decretar o fechamento do comércio a partir do dia 20 de março, Kalil e sua equipe iniciaram a flexibilização de alguns segmentos no dia 25 de maio. Foram contemplados, naquele momento, setores como salões de beleza, shoppings populares, perfumaria e lojas de peças e acessórios de veículos automotores (relembre aqui).

Quatorze dias depois, em 8 de junho, nova onda de flexibilização. Calçados, artigos esportivos, decoração, plantas, tabacaria, armamento e objetos de arte e decoração foram alguns dos setores liberados. Segundo a própria prefeitura, com essa segunda onda, 92% dos empregos da cidade foram reativados.

Críticas

Naquele momento, já era possível observar o impacto da primeira onda de reabertura do comércio – e a curva de casos confirmados de Covid-19 em BH tinha se acentuado coincidentemente no dia 25 de maio. Especialistas ouvidos pelo BHAZ afirmavam que Kalil deveria interromper a flexibilização e, inclusive, apontavam o lockdown como o regime ideal para brecar as ocorrências.

Confira curva em gráfico publicado originalmente na reportagem “Casos de Covid-19 em BH explodem após flexibilização do comércio“:

Kalil e a prefeitura, no entanto, mantiveram a segunda onda de reabertura, o que fez com que esse regime durasse 21 dias. A flexibilização, que já durava 35 dias considerando as duas ondas, foi interrompida nesta semana, quando o comércio voltou a ser fechado, com exceção dos segmentos considerados essenciais.

Comércio em BH:

  • 20/3 a 24/5 (66 dias): comércio fechado
  • 25/5 a 7/6 (14 dias): primeira onda de flexibilização
  • 8/6 a 28/6 (21 dias): segunda onda de flexibilização
  • desde 29/6: comércio fechado
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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