Mesmo com o platô de casos de Covid-19 em Minas – ou seja, um alto registro diário de novos infectados e mortes provocadas pela doença -, quatro macrorregiões do Estado avançaram no plano Minas Consciente e podem ampliar a flexibilização das medidas de isolamento. A decisão foi publicada no Diário Oficial desta quinta (16) e passa a valer a partir de sábado (18).
Com a mudança, as macrorregiões Norte e Sul avançam para a onda amarela, que permite a reabertura de lojas de departamento e variedades, vestuário e livrarias. Já as regiões Noroeste e Sudeste passam para a onda branca do plano, que permite a abertura de lojas de armas, floriculturas, antiguidades, móveis, tecidos e de venda de acessórios.
O avanço vai impactar mais de 2 milhões de habitantes. De acordo com o secretário de Estado de desenvolvimento, Fernando Passalio, os números justificam a flexibilização. “Essas regiões avançam uma vez que os dados permitiram e houve um enquadramento da disponibilidade de leitos e transmissão do vírus” disse.
Números
De acordo com o boletim epidemiológico desta quinta, minas registrou 2,4 mil novos infectados pelo vírus e 82 mortes em decorrência da Covid-19 na últimas 24h. Confira a mudança nos números do novo coronavírus no Estado:
- 84.470 casos confirmados (aumento de 2,9%)
- 1.834 mortes confirmadas (aumento de 4,6%)
- 24.706 casos em acompanhamento (aumento de 1,8%)
- 57.930 casos recuperados (aumento da 3,4%)
Platô
Desde que a pandemia do novo coronavírus teve início, muito se fala sobre o pico da doença. Minas Gerais, por exemplo, contou com diversas projeções sobre o ápice da Covid-19. Algumas datas foram apontadas até que chegou-se ao dia 15 de julho, essa quarta-feira, como o provável momento em que o número de casos atingiria uma “máxima”.
O pico, no entanto, ainda não foi registrado. Especialistas explicam que o momento exato do ápice de casos só deve ser notado quando os números começarem a diminuir de forma sistemática. Consultado pelo BHAZ, na segunda-feira (13), o médico infectologista Carlos Starling fez um alerta: a situação não indica, necessariamente, uma melhora. “Um platô significa que a saúde vai ficar pressionada por mais tempo”, disse.
“No pico, você atinge um número alto de casos e depois inicia uma redução. Já no platô, o número de casos atinge um alto nível e se mantém, pressionando o sistema de saúde por um tempo maior. É pior”, explica.
Carlos ainda diz que a situação não pode sair do controle. “Mantendo o sistema de saúde pressionado, é preciso ações para ir diminuindo o número de casos para evitar que exista um pico dentro do platô, onde há uma grande quantidade de infectados. Se isso ocorrer, há a possibilidade de um colapso na saúde”, finaliza.