Secretário-geral do governo Zema pede exoneração em meio à pandemia

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Mateus Simões deixa o governo de Minas (Karoline Barreto/CMBH)

O secretário-geral do governo de Minas Gerais, Mateus Simões de Almeida, foi exonerado na manhã desta quinta-feira (16). Conforme divulgado no Diário Oficial do Estado, a decisão ocorreu a pedido do próprio Simões. A saída ocorre em meio a um período crítico de disseminação de Covid-19 no Estado mineiro, considerado anteriormente pelo próprio governo como um momento de pico – agora chamado de platô (leia mais aqui).

A reportagem do BHAZ entrou em contato com o ex-secretário, que informou que a exoneração não deve se estender por um longo período. “Serei nomeado novamente na sequência. Mas pedi ao governador para que me liberasse por um curto período, para resolver umas questões pessoais. Na semana que vem já estarei de volta ao trabalho”, informou.

Mateus Simões pede exoneração (Minas Gerais/Divulgação)

A liderança de Simões é considerada importante no momento em que o Estado passa por um período crítico da pandemia da Covid-19. Conforme o boletim epidemiológico de hoje da SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), o Estado tem 84.470 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, além de 1.834 óbitos.

Simões x Kalil

O ex-secretário-geral e o prefeito Alexandre Kalil (PSD) trocaram farpas com relação a conduta dos poderes no combate ao novo coronavírus. Em uma das coletivas de imprensa, realizada no dia 19 de junho, o prefeito criticou o governo Zema e se referiu pessoalmente a Simões. “Protocolos não resolvem. O que resolve são médicos, intensivistas, virologistas. Esqueceram e só lembraram disso em junho… Balançar bochecha gorda em microfone não vai dar. Tem que arregaçar a manga e trabalhar”, disse Kalil (relembre aqui).

No mesmo dia, o então secretário rebateu o mandatário municipal no Twitter. Simões defendeu o protocolo criado pelo governo de Minas e destacou alguns pontos dele. “O Estado criou um protocolo seguro de reabertura econômica, pensado para ser mais rígido em momentos mais delicados. Isso é entender as mudanças e dar respostas em situações de crise”.

Ele também pontuou que Minas Gerais abriu “quase 1 mil leitos de UTI desde o início do ano, taxa de crescimento de 48%”. “Somente respiradores, foram 27 novos equipamentos para leito e 10 de transporte para o sistema de saúde localizado na capital, fora os mais de 90 aparelhos que estavam estragados e foram consertados”, escreveu no Twitter.

Histórico

Mateus Simões assumiu a Secretaria-Geral do Estado em março deste ano. Ele entrou após o então secretário de Governo, Bilac Pinto, pedir demissão depois que o governador Romeu Zema (Novo) vetou parte do aumento para os servidores da segurança que ele mesmo tinha proposto em projeto de lei do Executivo.

Com a demissão de Bilac, o então secretário-geral Igor Eto assumiu a Secretaria de Governo e Mateus Simões deixou o cargo de vereador para chefiar a Secretaria-Geral.

Procurada pelo BHAZ para repercutir a exoneração, a assessoria do Governo de Minas afirmou que “o secretário-geral do Estado, Mateus Simões, foi exonerado do cargo nesta quinta-feira (16), para tratar de assuntos particulares. Ele retornará às funções na próxima semana”.

Aline Diniz[email protected]

Editora do BHAZ desde janeiro de 2020. Jornalista diplomada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) há 10 anos e com experiência focada principalmente na editoria de Cidades, incluindo atuação nas coberturas das tragédias da Vale em Brumadinho e Mariana. Já teve passagens por assessorias de imprensa, rádio e portais.

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