Bares e restaurantes de Belo Horizonte conseguiram, nesta segunda-feira (20), autorização na Justiça para retomarem as atividades após o impedimento imposto pelas medidas relacionadas ao novo coronavírus. Apesar disso, ainda há indefinição sobre a data em que os comércios vão reabrir as portas. Ao todo, os comércios estão há mais de 100 dias fechados. A prefeitura, por sua vez, tenta derrubar a liminar que permite a retomada.
“Recebemos a decisão com muita serenidade. A reabertura tem que ser muito segura e responsável. Não temos o que comemorar, são mais de 14 mil contágios na cidade e mais de 340 mortes. Já fechamos, na Grande BH, mais de 5,5 mil estabelecimentos e perdemos mais de 40 mil empregos”, diz Paulo Nonaka, presidente do Conselho de Administração da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), ao BHAZ, sobre a liminar.
A decisão assinada pelo juiz Wauner Batista Ferreira Machado, da 3ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal da Comarca de Belo Horizonte, autoriza os estabelecimentos a funcionarem já nesta terça-feira (21). Apesar disso, a Abrasel pede que os comerciantes esperem um pouco mais, conforme explica Nonaka.
“A liminar tem validade imediata, mas só realmente começa a valer a partir da publicação no DOM (Diário Oficial do Município). Isso deve acontecer na terça-feira (21). Amanhã é possível que bares e restaurantes associados à Abrasel possam abrir, mas a orientação é esperar que a gente negocie a data e os protocolos com a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte)”.
A Abrasel vai defender o funcionamento dos bares e restaurantes no horário normal, sem redução. “Quando você diminui o tempo de funcionamento está provocando mais aglomeração de pessoas. Restringir horário é um erro, quando se aumenta o horário as pessoas têm mais alternativas para ir”, destaca Nonaka.
‘Esperado’
Perguntado sobre a decisão da PBH de recorrer para que os bares e restaurantes continuem fechados, Nonaka diz que “já era esperado”, mas acredita que o Executivo municipal não irá conseguir o que pretende. “A decisão do juiz foi muito bem fundamentada”, pondera.
Já com relação à divisão de opiniões entre a população sobre a reabertura, neste momento onde há aumento de casos da doença e da ocupação dos leitos de hospitais, o presidente do Conselho de Administração da Abrasel diz que é hora de “conscientização”.
“A gente vem trabalhando com informação e transparência. Continuamos defendendo a reabertura com segurança. Não é abertura irresponsável. Queremos mostrar para a população que seguimos protocolos internos, já que trabalhamos com manipulação de alimentos. Se não tivéssemos isso, teríamos milhares de intoxicação alimentar. Queremos trabalhar cada vez mais para informar e conscientizar”, conclui.