Covid-19: MG tem ‘tendência de estabilidade’ de casos, diz secretário

carro barreira sanitária bh
Carro é parado durante barreira sanitária contra a Covid-19 em BH (Amanda Dias/BHAZ)

A pandemia do novo coronavírus em Minas Gerais começa a ficar estável depois de registrar alta no número de infectados. É o que disse o secretário de Saúde do Estado, Carlos Eduardo Amaral, em coletiva realizada nesta segunda-feira (20). Apesar da “tendência de estabilidade” dos registros de Covid-19, a vacina em ampla distribuição ainda está longe de entrar em circulação. Minas registrou 22 novas mortes nas últimas 24 horas, totalizando 2.004 óbitos.

São 10.979 casos de internação hospitalar na rede pública e privada, e a letalidade da doença no Estado é de 2,1%, segundo a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais). Veja o que mudou em relação ao boletim desse domingo (19):

  • 94.132 casos confirmados (aumento de 1,2%)
  • 2.004 mortes (aumento de 1,1%)
  • 25.271 casos em acompanhamento (não mudou)
  • 66.369 casos recuperados (aumento de 0,98%)

Durante a coletiva, o secretário de Saúde foi questionado se a situação de Minas era estável, por conta do platô registrado na semana passada, o que ele confirmou com ponderações. “É muito importante, quando se pergunta em relação a pico ou platô, para que nós possamos ter uma noção do que efetivamente foi a busca ao longo do tempo nesse controle da epidemia. Tudo que nós queríamos era buscar uma redução das taxas de transmissão de forma que nós não tivéssemos uma explosão do número de casos”, disse.

Amaral continua e explica que, de tal forma, era crucial que nós não tivéssemos óbitos por desassistência. “Ou seja, um número tão grande pessoas doentes num espaço muito curto, de forma que a capacidade assistencial do Estado não desse conta de atender essas pessoas. Todo esforço que nós fizemos ao longo desses meses foi com esse objetivo”.

‘Tendência de estabilidade’

O secretário lembra que, há uma semana, aproximadamente, “nós estamos vendo uma flutuação dentro do número de ocupação de leitos, que não mostra mais uma tendência grande ao aumento. Estamos com uma tendência de estabilidade na ocupação de leitos. Quando analisamos a data dos óbitos, que é diferente da data da confirmação deles, também avaliamos uma tendência a estabilização. Isso significa que, realmente, há uma tendência a nós não termos aquele pico que seria de risco, de uma desassistência”, continua.

Contudo, o secretário pondera que ainda é preciso muito cuidado, já que a situação não está controlada. “Nós precisamos acompanhar, pois somente quando tivermos um número significativo de pessoas que tiveram a doença, é que nós teremos o que se chama de ‘imunidade de manada’. Aí sim a transmissão entre as pessoas começará a reduzir significativamente. Nesse contexto, acho muito importante nós não termos tido um pico grande até o momento, que levasse a uma desassistência severa no Estado, igual vimos em outros Estados e países”, explica.

Pico x Platô

Desde que a pandemia do novo coronavírus teve início, muito se fala sobre o pico da doença. Minas Gerais, por exemplo, contou com diversas projeções sobre o ápice da Covid-19. Algumas datas foram apontadas até que chegou-se ao dia 15 de julho, na última quarta-feira, como o provável momento em que o número de casos atingiria uma “máxima”.

O pico, no entanto, ainda não foi registrado. Especialistas explicam que o momento exato do ápice de casos só deve ser notado quando os números começarem a diminuir de forma sistemática. Consultado pelo BHAZ, na segunda-feira (13), o médico infectologista Carlos Starling fez um alerta: a situação não indica, necessariamente, uma melhora. “Um platô significa que a saúde vai ficar pressionada por mais tempo”, disse.

“No pico, você atinge um número alto de casos e depois inicia uma redução. Já no platô, o número de casos atinge um alto nível e se mantém, pressionando o sistema de saúde por um tempo maior. É pior”, explica.

Carlos ainda diz que a situação não pode sair do controle. “Mantendo o sistema de saúde pressionado, é preciso ações para ir diminuindo o número de casos para evitar que exista um pico dentro do platô, onde há uma grande quantidade de infectados. Se isso ocorrer, há a possibilidade de um colapso na saúde”, finaliza.

Vacina ainda demora

A vacina desenvolvida pela biofarmacêutica chinesa Sinovac Biotech será testada em 800 voluntários pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Sobre o tema, o secretário explicou que qualquer vacina ainda está longe de ser aplicada de forma ampla na população.

“De uma forma geral, hoje nós temos várias vacinas sendo desenvolvidas mundo afora, e essas vacinas estão em estágios diferentes de pesquisa. Algumas em fases mais avançadas, outras começando. A tendência é que nós tenhamos sim vacinas para o combate à Covid-19. Mas, é importante nós entendermos que todas as vacinas, depois delas estarem validadas, ela precisam entrar em produção pelo mundo”, explica o secretário de Saúde.

Mesmo dando tudo certo na vacina com testagem da UFMG, ainda é cedo para saber quando ela será disponibilizada para a população. “A vacina testada em Minas é uma das mais promissoras e, ela confirmando a sua eficácia, ela ainda vai demorar um pouco para que se tenha uma produção em grande escala, para que todos possam receber”, completa.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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