Kalil propõe fechamento de ruas para bares e restaurantes funcionarem

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Proposta foi apresentada por Kalil em reunião na PBH (Amanda Dias/BHAZ + Tomaz Silva/Agência Brasil)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), propôs o fechamento de ruas, em locais com muita concentração de bares e restaurantes, para evitar aglomerações nos estabelecimentos. A proposta foi apresentada em reunião com o presidente do Sindhorb (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de BH e Região Metropolitana), Paulo Pedrosa, nesta terça-feira (21).

“A proposta partiu do próprio prefeito e poderá acontecer assim que a flexibilização começar. A ideia é fechar quarteirões de ruas que tenham muitos bares e restaurantes. A BHTrans (Empresa de transportes e Trânsito de Belo Horizonte) ficaria responsável pela interdição e isso seria aos sábados e domingos pra gente colocar as mesas e cadeiras”, explicou Pedrosa, ao BHAZ.

O presidente do sindicato diz ter saído do encontro com otimista e acredita que, em breve, a flexibilização vai acontecer. “Kalil sinalizou para a flexibilização no fim do mês e no mais tardar na primeira semana de agosto. A reunião foi produtiva. Digo que foi a melhor que já tivemos. O prefeito está bem flexível”.

Protocolo

Pedrosa entregou o plano de abertura, elaborado pelo Sindhorb, ao prefeito de BH. “Mostramos nosso protocolo que prevê 50% do funcionamento da capacidade dos comércios, limite de quatro pessoas por mesa, dois metros de distância entre elas e todos com máscara, além de ninguém ficar em pé. Assim evita-se as aglomerações”, pontua.

Outra proposta do sindicato é em relação ao horário de funcionamento de bares e restaurantes. “Nossa sugestão é abrir na quinta, sexta, sábado e domingo no horário normal. Nos demais dias, vamos funcionar somente por delivery ou com retirada no local. Isso sendo aprovado, já resolve 70% dos nossos problemas”.

Na próxima semana, uma nova reunião acontecerá e Pedrosa reforçar a esperança. “Estou muito otimista. Ressaltamos que quando voltar tem que ser com muito cuidado. A ideia do prefeito [de fechar quarteirões das ruas] vai ajudar muito, pois vai gerar empregos, pois os bares e restaurantes terão que fazer contratações”.

‘Sem enfrentamento’

A proposta do sindicato, segundo Pedrosa, é dialogar com o prefeito e os integrantes que tratam a Covid-19 em BH para se chegar ao acordo necessário para a reabertura. A decisão da Justiça que autoriza o funcionamento de bares e restaurantes “não adiantou”, conforme diz.

“Sempre queremos o diálogo sem o enfrentamento. A liminar não adiantou de nada. Aquilo lá é cheio de pegadinha. Com todo respeito, a decisão do juiz de nada adiantou”, afirma.

Abrasel cobra plano

Outra entidade do setor, a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) cobra da prefeitura um plano de retomada e defende um “grande pacto entre entidades, sociedade civil e PBH”. “O nosso único pedido é um plano para a retomada, discutido com a sociedade. Sempre estivemos dispostos a dialogar com a prefeitura e esperamos que ela apresentasse um plano de retorno das atividades com os indicadores necessários para tal”, diz Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.

A associação destaca ainda que BH é única capital do Brasil com 125 dias de bares e restaurantes fechados durante a pandemia e compara com outras cidades do mundo. “Em Madri (Espanha), o setor de alimentação ficou 69 dias sem funcionar. Já em Milão (Itália), que foi o epicentro da Covid-19 na Europa, este mesmo segmento permaneceu inoperante por 56 dias”.

Neste período de fechamento na capital mineira, três mil negócios foram fechados e 22 mil empregos perdidos, segundo a Abrasel. Um plano de retomada será entregue pela Abrasel à PBH.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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