A liminar que permitia a reabertura de bares e restaurantes em Belo Horizonte caiu nesta quarta-feira (22), após decisão do presidente do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais). A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) organizou uma manifestação nesta tarde. A associação disse que já sabia da decisão e que uma reunião foi marcada para esta quinta-feira (23), na PBH (Prefeitura de Belo Horizonte).
Na decisão, o presidente do TJMG, o desembargador Gilson Soares Lemes, destacou que “a decisão hostilizada não atende plenamente os interesses da Abrasel, conforme por ela mesmo declarado, e também não se mostra adequada para o momento, tendo em vista o avanço da pandemia no município” (leia aqui).
Segundo Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, ele foi informado da decisão por volta das 12h. “O presidente do TJMG nos chamou e disse que derrubaria a liminar. Ele falou que já havia conversado com o Kalil, e ele teria aceitado, e também nos consultou, se poderíamos negociar com intervenção da Justiça”, explica ao BHAZ.
“Ficamos muito confortáveis com a decisão da Justiça. Recebemos com serenidade a primeira, e com alegria esta agora. Ela traz o que nós buscávamos desde o primeiro momento: a criteriosa construção de um plano de retomada das atividades de maneira coletiva. Nós nunca defendemos que a prefeitura estivesse fora dessa conversa. Sempre recomendamos que nenhum bar e restaurante retomasse de imediato”, continua.
O presidente diz que é um “desafio coletivo”, e que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) marcou uma reunião para esta quinta-feira, às 8h. “Não só com a Abrasel, mas com outras entidades também, para discutir o plano de retomada. A gente acredita que seja possível, até mesmo, abrir mão dessa negociação da Justiça. Parece que as coisas estão caminhando da melhor forma possível”, completa.
Manifestação
Cerca de 500 pessoas participaram de uma manifestação pela retomada das atividades do comércio em Belo Horizonte. O ato intitulado “Que dia BH volta?” aconteceu na Praça da Liberdade, e teve início às 14h30. A manifestação reuniu comerciantes de diversos setores.
A comerciante Cleuza dos Santos Silva diz que a retomada precisa acontecer logo . “Belo Horizonte pede socorro, tem muitas famílias desestruturadas e muitas empresas fechando. Não poderia ter fechado totalmente. Coronavírus é uma doença como outra qualquer. O que tem que ser feito é criar medidas de segurança, remédios. Vai permanecer durante nem sei quanto tempo”.
Histórico
Após decretar o fechamento do comércio a partir do dia 20 de março, Kalil e sua equipe iniciaram a flexibilização de alguns segmentos no dia 25 de maio. Foram contemplados, naquele momento, setores como salões de beleza, shoppings populares, perfumaria e lojas de peças e acessórios de veículos automotores.
Quatorze dias depois, em 8 de junho, nova onda de flexibilização. Calçados, artigos esportivos, decoração, plantas, tabacaria, armamento e objetos de arte e decoração foram alguns dos setores liberados. Segundo a própria prefeitura, com essa segunda onda, 92% dos empregos da cidade foram reativados.