Uma médica de 27 anos, que atua no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, foi a primeira voluntária a receber uma dose da vacina que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantã, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Stefania Teixeira Porto, que recebeu a dose nessa terça-feira (21), disse que fazer parte da pesquisa é uma “injeção de ânimo”.
“Estou contente de participar dessa experiência. É um momento único e histórico. Foi isso que me fez participar desse projeto e fazer parte desse momento. A gente passou por meses tão difíceis. É uma injeção de ânimo poder participar disso e contar para as pessoas no futuro que eu fiz parte disso”, afirmou a voluntária ao jornal O Estado de S. Paulo.
A aplicação do imunizante nos voluntários foi feita no Hospital das Clínicas, que é o centro coordenador do estudo clínico. Além do estado de São Paulo, o estudo também será conduzido em centros em Belo Horizonte (UFMG), Rio de Janeiro (Fiocruz), Brasília (UNB), Curitiba (UFPr) e Porto Alegre (PUC-RS).
Testes
As primeiras aplicações da vacina, na terceira fase de desenvolvimento do imunizante, estão sendo feitas em 890 voluntários, todos os profissionais de saúde do Hospital das Clínicas de São Paulo. A segunda dose será aplicada em 14 dias, e os voluntários seguem em acompanhamento médico.
“O Hospital das Clínicas tem uma larga experiência em estudos clínicos desse porte. É mais um passo fundamental no enfrentamento da Covid-19. Além de ser o principal centro de atendimento a pacientes graves com a doença do país e com diversos protocolos de pesquisa, agora nossos profissionais também poderão ajudar com os testes clínicos sobre a vacina”, afirma Esper Kallás, professor titular de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da FMUSP.
No Brasil, a fase 3 do estudo recrutará cerca de nove mil profissionais de saúde que trabalham em instalações especializadas para Covid-19 nos 12 centros de pesquisa distribuídos pelo país. Fora de São Paulo, a testagem iniciará progressivamente na próxima semana e a previsão é de que seja concluída nas 12 instituições, até meados de setembro.
“Ao longo dos próximos três meses, os voluntários serão acompanhados por uma equipe científica, com acompanhamento inclusive de supervisores internacionais dado ao fato de que essa é uma das mais avançadas vacinas do mundo, que entra na sua terceira fase de testes, já tendo superado as fases 1 e 2 com grande sucesso”, afirmou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que acompanhou a primeira aplicação.
Com Governo do Estado de São Paulo