Covid-19: 7,1 milhões de trabalhadores ficaram sem remuneração em junho

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Falta de remuneração acarretou aumento da necessidade de ajuda do governo (Amanda Dias/BHAZ)

Mais de 7,1 milhões de trabalhadores que estavam afastados de seus cargos por causa da pandemia ficaram sem remuneração no mês de junho, conforme dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O número é 26% menor do que o observado em maio, quando a quantidade de trabalhadores sem remuneração chegou a 9,7 milhões.

De acordo com a pesquisa, realizada mensalmente para colher dados dos impactos da pandemia no país, dos 83,4 milhões de trabalhadores registrados no Brasil, mais de 14 milhões estavam afastados do trabalho – e quase metade sem receber nenhuma remuneração. A maioria alega que o afastamento se deu por causa das medidas de isolamento social adotadas para conter o avanço da Covid-19.

O impacto foi geral, mas certas regiões foram mais afetadas. É o caso do Nordeste, que apresentou o maior percentual de pessoas afastadas (20%), enquanto o Sul foi a região que menos sofreu alterações, com apenas 7,8% afetados. Contudo, a pesquisa indica ainda uma evolução positiva: em todas as grandes regiões, caiu a proporção de pessoas afastadas devido ao distanciamento social.

Auxílio do governo

A diminuição da renda das famílias acarretou um segundo fenômeno, também observado na pesquisa. Além dos números ainda altos de profissionais afastados dos trabalhos, em junho, quase 30 milhões de domicílios receberam algum auxílio relacionado à pandemia – como o Auxílio Emergencial e o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e Renda. O número corresponde a 43% dos mais de 68 milhões de domicílios registrados no Brasil.

O estudo do IBGE indicou ainda que o valor médio do auxílio foi de R$ 881 por domicílio e que o número de beneficiados cresceu em relação ao mês anterior, quando 26 milhões de famílias foram contempladas por alguma ajuda do governo. O Nordeste também ficou no início do ranking de regiões que mais receberam auxílios, com 58,9% dos domicílios beneficiados, atrás apenas da região Norte.

Jornada de trabalho X Salário

A pesquisa observou ainda uma mudança na relação entre a jornada de trabalho e o rendimento efetivo dos trabalhadores durante a pandemia. Em junho, 27,3% da população ocupada – ou 18,7 milhões de pessoas – trabalharam menos do que a sua jornada habitual, enquanto cerca de 2,6 milhões de pessoas trabalharam acima da média habitual.

A média semanal de horas efetivamente trabalhadas (29,5 horas) no país ficou abaixo da média habitual, de 39,8 horas. Efeito similar foi observado no rendimento efetivo dos trabalhadores – R$ 1.944 -, que ficou abaixo do rendimento habitual (R$ 2.332).

O levantamento do IBGE apontou ainda as mudanças na taxa de desocupação no Brasil e as diferenças nas notificações de sintomas de síndromes gripais ao longo do mês. Os resultados completos e distribuição por região podem ser acessados no site.

Com IBGE

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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