Samu tem mais de 500% de aumento de atendimentos de suspeitos da Covid-19

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Em uma semana, Samu transportou mais de 770 pessoas suspeitas com Covid-19 (Amanda Dias/BHAZ)

Os atendimentos do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), aos pacientes com suspeita da Covid-19, aumentaram mais de 500% em Belo Horizonte, desde o começo da pandemia. Em uma única semana, 774 pessoas foram transportadas com a suspeita da doença, conforme o Boletim Epidemiológico e Assistencial da prefeitura, dessa quarta-feira (22). Funcionários informam que o “volume de pacientes está muito grande”.

O boletim de ontem trouxe, pela primeira vez, o número de pacientes transportados pelo Samu. Na primeira semana de registro, entre 15 a 21 de março, 123 pacientes foram atendidos. O número foi oscilando entre aumentos e quedas até que atingiu uma escalada. A semana com o maior número, até o momento, foi de 5 a 11 julho – 774 atendimentos. O dado representa um aumento de 529%.

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Gráfico mostra atendimentos do Samu desde o começo do isolamento social na capital (PBH/Reprodução)

Evolução da pandemia

Os números mostram a evolução da pandemia na capital mineira, que já tem 15.051 casos confirmados e 399 mortes. “O volume de pacientes está muito grande. Tivemos aumento na demanda. No plantão de ontem, eu e minha equipe fizemos três transportes de Covid-19, somente em um plantão. Tem vez que precisamos de reforço de ambulâncias, tamanha a necessidade de atendimentos”, diz um funcionário do Samu, em anonimato.

A sobrecarga de trabalho dos operadores do Samu foi denunciada pelo CMSBH (Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte) em junho deste ano. Na oportunidade, veio à tona que mais de um paciente era transportado no mesmo veículo (relembre aqui). Carla Anunciatta, presidente do conselho, informou que essa conduta começou após a flexibilização do comércio.

O funcionário informa que, atualmente, até dois pacientes são transportados na mesma ambulância, mas explica como o procedimento é feito. “Os pacientes precisam estar estáveis e devem estar na mesma unidade de saúde. É necessário que eles sejam transferidos também para o mesmo local”, esclarece. Após os transportes, as ambulâncias passam por desinfecção. O procedimento leva aproximadamente 40 minutos.

Queda

O gráfico divulgado pela PBH aponta que, após oito semanas de constante crescimento de atendimentos, houve uma queda. Na semana de 12 a 18 de julho, 740 atendimentos foram realizados, o menor número após o “pico” de transportes. Nesta semana, entre domingo (19) e terça-feira (21), 202 pessoas já foram transportadas na capital com suspeita do novo coronavírus.

  • Domingo (19 de julho) – 65 atendimentos
  • Segunda-feira (20 de julho) – 114 atendimentos
  • Terça-feira (21 de julho) – 23 atendimentos

“Belo Horizonte, pelo que mostram os números, atingiu o pico da doença. Esperamos que não fique no platô, pois, se isso acontecer, vai saturar o atendimento. Os números de transporte, que foram divulgados, são de semanas atrás, espero que não piore”, afirma o funcionário. Ele lembra que o Samu atende outras demanda, como acidentes de trânsito.

Reforce a proteção contra o vírus

A SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerasi) orienta que a população tome algumas medidas de higiene respiratória para evitar a propagação da doença, são elas:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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