Volta às aulas presenciais pode colocar 1 milhão de mineiros em risco

sala de aula vazia
Número inclui apenas contexto de alunos e pode ser mais alto na realidade (Amanda Dias/BHAZ)

O retorno das aulas presenciais em Minas Gerais pode colocar um milhão de pessoas em risco, conforme aponta um estudo realizado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Para determinar a quantidade de mineiros que podem ser afetados, a fundação contabilizou o total de pessoas do grupo de risco – idosos ou adultos com comorbidades – que convivem com pelo menos uma pessoa em idade escolar.

De acordo com o estudo, em Minas, há 622 mil idosos e 403 mil pessoas com diabetes ou doenças no coração e pulmão morando na mesma casa que crianças e jovens até 17 anos. É justamente dos riscos a essas pessoas que trata a análise sobre a retomada das atividades presenciais no estado, que, mesmo sem data para acontecer, preocupa sindicatos (leia aqui) e autoridades (detalhes aqui).

Apesar de já ser preocupante, é provável que, na realidade, este número seja ainda maior. Isso porque a pesquisa trata apenas do contexto dos alunos e não leva em consideração outras pessoas que estão diretamente envolvidas no retorno às aulas presenciais, como professores, coordenadores, faxineiros e outros profissionais.

Regras e diretrizes

Além da pesquisa sobre os impactos da volta à “normalidade”, a Fiocruz divulgou ainda um manual com orientações e recomendações de biossegurança para a reabertura de escolas no contexto da pandemia. O material, elaborado pela EPSJV (Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio), reúne informações acessíveis sobre a transmissão da doença e questões sanitárias, além de normas e diretrizes para a implementação de práticas que promovam a segurança e a prevenção nas escolas.

Segundo a coordenadora geral de Ensino Técnico da EPSJV, Ingrid D’avilla, o manual poderá contribuir para a tomada de decisão pelos gestores, trabalhadores e a comunidade das instituições de ensino e é importante para “incentivar mudanças nas estruturas das escolas, sobretudo, naquelas em que historicamente houve naturalização de péssimas condições”.

A coordenadora pontua ainda que o manual pode servir como um termômetro para a retomada das atividades: “Além do contexto epidemiológico local, ter ou não ter capacidade de implementar determinadas ações deve ser um impeditivo ético para a reabertura de escolas”.

A cartilha tem mais de 40 páginas que se dividem entre recomendações para cada espaço de um ambiente escolar, informações detalhadas sobre a Covid-19 e orientações gerais para o deslocamento individual e a preservação da saúde do trabalhador. O material pode ser acessado na íntegra aqui.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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