O Instituto Butantan, que está desenvolvendo uma vacina contra a Covid-19 em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, começou a distribuir as doses para os 12 centros de pesquisa que testarão o imunizante, incluindo a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Os primeiros testes já começaram a ser feitos, neste mês, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo.
Os testes da terceira fase da vacina CoronaVac na UFMG serão feitos em 800 voluntários e a participação é restrita a médicos, enfermeiros e paramédicos, que atuem diretamente no cuidado de pacientes infectados pelo vírus e cumpram critérios determinados pela universidade (leia aqui). Serão nove mil voluntários em todo o Brasil e os resultados dos testes devem sair em outubro.
Nos testes clínicos, os voluntários serão divididos em dois grupos: um deles receberá a vacina e o outro receberá um placebo, com uma substância sem efeito. Um sistema sorteia qual produto o participante receberá, e serão aplicadas duas doses em todos os voluntários, com um intervalo de 14 dias entre elas. O uso do placebo permite comparar resultados e concluir, ao final do estudo, a eficácia da vacina.
Em Minas Gerais, os testes estão a cargo do CPDF (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos) do ICB (Instituto de Ciências Biológicas). Segundo o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, a escolha por profissionais de saúde que trabalham com pacientes de Covid-19 deverá agilizar os resultados dos testes.
Testes em São Paulo
As primeiras aplicações da vacina, na terceira fase de desenvolvimento do imunizante, começaram a ser feitas em 890 voluntários, todos os profissionais de saúde do Hospital das Clínicas de São Paulo, na última terça-feira (21). A segunda dose em uma semana, e os voluntários seguem em acompanhamento médico (leia aqui).
Além do estado de São Paulo, o estudo também será conduzido em centros em Belo Horizonte (UFMG), Rio de Janeiro (Fiocruz), Brasília (UNB), Curitiba (UFPr) e Porto Alegre (PUC-RS). Fora de São Paulo, a testagem iniciará progressivamente nesta semana e a previsão é de que seja concluída nas 12 instituições, até meados de setembro, de acordo com o Governo do Estado de São Paulo.
“Ao longo dos próximos três meses, os voluntários serão acompanhados por uma equipe científica, com acompanhamento inclusive de supervisores internacionais dado ao fato de que essa é uma das mais avançadas vacinas do mundo, que entra na sua terceira fase de testes, já tendo superado as fases 1 e 2 com grande sucesso”, afirmou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que acompanhou a primeira aplicação.