O Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) divulgou, nessa terça-feira (4), que a gráfica contratada para realizar as impressões da próxima edição do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é a mesma que prestou o serviço em 2009, quando o exame foi vazado.
O processo de licitação estava pausado desde junho, quando a Justiça definiu que o contrato não poderia ser assinado devido a questionamentos a respeito da segurança do serviço. Agora, a contratação da Gráfica Plural, de onde as provas vazaram há mais de uma década, foi oficializada no Diário Oficial da União.
Segundo o Inep, o contrato assinado pela Gráfica Plural garante a impressão de todo o material necessário pelo exame – desde o pré-teste de itens até as provas de reaplicação e versões do Enem PPL, destinado a pessoas que vivem privadas de liberdade. O custo do serviço foi de R$ 63 milhões.
Prova adiada e alunos insatisfeitos
A contratação da gráfica que tem um histórico conturbado é mais uma das polêmicas que cercam a próxima edição do Enem. Com o avanço da pandemia de Covid-19, o MEC (Ministério da Educação) se confrontou com um forte movimento em favor do adiamento da prova, realizou uma consulta pública sobre o tema e definiu uma “solução” que não agradou muito.
No mês passado, o ministério definiu que nova data de aplicação do Enem 2020 seria nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021, na versão impressa, com uma reaplicação em 24 e 25 de fevereiro (relembre aqui). Ficou definida ainda a aplicação de uma versão digital do exame nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro e a previsão é de que os resultados sejam divulgados no dia 29 de março.
A definição da nova data do Enem contraria o resultado da consulta a estudantes feita pelo Inep em junho. Pelo levantamento, 49,7% dos estudantes preferiam que o Enem impresso fosse aplicado em 2 e 9 de maio de 2021, e o Enem digital em 16 e 23 de maio.
