Kalil cancela ida a reunião após Zema não confirmar presença

Alexandre Kalil e Romeu Zema
Kalil decidiu não ir a reunião sem a presença de Zema (Amanda Dias/BHAZ + Henrique Coelho/BHAZ)

O prefeito da capital, Alexandre Kalil (PSD), cancelou sua ida a reunião com prefeitos da Granbel (Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte), após a não confirmação da presença do governador do estado, Romeu Zema (Novo). A reunião foi convocada pelo próprio Governo de Minas para a manhã desta quinta-feira (6).

O encontro, marcado para às 9h30, no Palácio Tiradentes, na Cidade Administrativa de Minas Gerais, conta com a presença de membros do Comitê Estadual da Covid-19 para a apresentação do novo Minas Consciente, programa de flexibilização do governo.

No entanto, segundo a agenda oficial do governador, Zema participa de uma videoconferência às 9h, para monitoramento dos projetos. E, na sequência, às 11h, realiza uma reunião com o vice-governador Paulo Brant, os presidentes da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais) e do TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) e os secretários.

Imbróglio

A ausência de Zema e Kalil na reunião é mais um ponto de conflito entre o governador e o prefeito. Desde a chegada da pandemia no estado, as decisões com relação à flexibilização das atividades comerciais em Belo Horizonte causaram um embate entre as gestões. As autoridades já se desentenderam e trocaram farpas e alfinetadas em entrevistas.

O desentendimento começou em março, quando Kalil decidiu fechar o comércio da capital. Segundo o prefeito, havia um combinado entre as gestões dele e de Zema para uma ação em conjunto, que não ocorreu.

Depois disso, Zema disse, em uma entrevista ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan, que o prefeito de Belo Horizonte estava “gritando e fazendo quase nada”. A gestão do governador também chegou a cobrar a abertura de leitos pela prefeitura municipal.

Em resposta, Kalil, em entrevista coletiva, disse que Zema queria estabelecer uma espécie de conflito para a capital. “A guerra que querem empurrar para BH é exatamente o que eles [governo do estado] fizeram quando caiu a tempestade. Eles entregaram nada para BH, zero, nada… Agora não venha ensinar o padre-nosso ao vigário”, afirmou Kalil.

“Vamos parar de falar em BH, não houve coordenação, liderança que eu pedi em 18 de março, quando governo falava em exagero”, acrescentou (relembre aqui)

Novo Minas Consciente

O programa Minas Consciente foi alterado pelo Governo de Minas. Agora, o programa terá uma onda de flexibilização a menos, um tratamento diferenciado para municípios pequenos e protocolos para a reabertura de bares e restaurantes, academias e até mesmo shows.

De acordo com Zema, as medidas foram simplificadas após diálogo com o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) e uma consulta pública que recebeu mais de 600 propostas de alteração no programa. “Essa mudança não que dizer que a pandemia acabou. A nova fase não é um relaxamento, só quer dizer que temos que continuar tomando cuidados, mas alguns critérios foram modificados devido ao aprendizado que tivemos”, declarou o governador.

Mudanças

Antes, os serviços essenciais estavam na onda verde, agora, eles fazem parte da onda vermelha. Os serviços como lojas de calçados e vestuário passaram da onda branca para a onda amarela. E os demais serviços, antes contemplados nas ondas amarela e vermelha, agora fazem parte da onda verde.

O que pode em cada onda?

Onda Vermelha:

  • Padarias;
  • Supermercados;
  • Farmácias e drogarias;
  • Bares e restaurantes (apenas para retirada ou entrega);
  • Serviços médicos e odontológicos;
  • Atividades veterinárias;
  • Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e higiene pessoal;
  • Oficinas mecânicas;
  • Borracharias;
  • Comércio de veículos;
  • Comércio de peças para veículos;
  • Estacionamento de veículos;
  • Reparação e manutenção de equipamentos de informática;
  • Reparação de celulares e equipamentos de comunicação.

Onda Amarela:

  • Comércio de artigos do vestuário;
  • Comércio de calçados;
  • Papelarias;
  • Comércio varejista de jornais e revisas;
  • Comércio varejista de bijuterias e artesanato;
  • Cabeleireiros e salões de beleza;
  • Atividades de estética e cuidados com a beleza.

Onda Verde:

  • Aluguel de objetos do vestuário;
  • Bares e restaurantes com entretenimento e consumo no local;
  • Casas de festas e eventos;
  • Cinemas;
  • Serviços de tatuagens e colocação de piercing.
Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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