Reabertura do comércio tem longas filas e movimento intenso em BH

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Reabertura do comércio movimentou Centro de BH nesta quinta (Moisés Teodoro/BHAZ)

O comércio da capital voltou a abrir, nesta quinta-feira (6), lojas de rua, shoppings e galerias depois de cerca de 130 dias com os estabelecimentos de portas fechadas. A reabertura foi possível após decisão da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) divulgada na terça-feira (4) (relembre aqui). Com a retomada controlada das atividades, muita gente aproveitou o momento para fazer compras – mesmo diante dos alertas de que a pandemia não terminou -. E o BHAZ acompanhou parte da movimentação no Centro.

As portas do Shopping Cidade, na rua Rio de Janeiro, ainda estavam fechadas, mas quem passou pela região notou uma fila do lado de fora na metade da manhã. Antes de permitir a entrada do público no espaço, funcionários fizeram marcações no chão para delimitar o distanciamento. No entanto, a medida mostrou-se pouco eficaz para manter clientes distantes uns dos outros.

Em dia de reabertura, longa fila foi registrada no Shopping Cidade
(Moisés Teodoro/BHAZ)

Nayara Ferreira, de 30 anos, foi ao centro de compras na tentativa de comprar utensílios domésticos. Antes, foi buscar um presente de Dia dos Pais por perto, na Galeria do Ouvidor. Ela explica que já havia feito a encomenda e que o objetivo era apenas retirar o produto, mas que aproveitou a passagem para ir ao Shopping Cidade.

“Eu estou de mudança e vim pegar utensílios domésticos, mas já arrependi, o Centro está muito cheio. O shopping até que está tranquilo, mas as ruas do Centro estão muito cheias e o pessoal não está respeitando o distanciamento. Então, está complicado de transitar”, disse arrependida.

(Moisés Teodoro/BHAZ)

Priscila Gonçalves, por sua vez, disse ter ido ao shopping para buscar um açaí, no horário de almoço do trabalho, e também para ver a movimentação por lá. Já Adriane Pereira, de 50 anos, foi ao Cidade para fazer uma compra por não conseguir realizar a transação pela internet. Profissional de saúde, ela diz que é preciso redobrar a atenção com medidas de segurança, como manter as mãos higienizadas. A mulher ainda sugere descaso com a população em situação de rua.

“Eles fecharam o comércio, mas esqueceram as pessoas que moram na rua. Eles tão preocupando só com o comércio, mas as pessoas que moram nas ruas, que tão dormindo na rua, que vivem ali. Cadê as pessoas, ninguém está preocupando com eles? Então quer dizer que eles podem transmitir para todo o mundo [o vírus]? Será que são só as pessoas que tão vindo ao shopping é que vão propagar a doença?”, questiona.

Redondezas

Rosângela Santos 60 anos é artesã e viu na reabertura do comércio a oportunidade para conseguir materiais. Ela esteve na Galeria do Ouvidor, também no Centro já que considera mais barato do que comprar pela internet. Por lá, também foi registrada intensa movimentação.

A idosa diz não ter medo de ser infectada pelo novo coronavírus, mas que não desconsidera a possibilidade. “Eu tenho um lado espiritual que eu creio muito em Deus. Eu acho que Deus está a cima de tudo. Mas a prevenção é primordial, todos têm que ter cuidado. Isso não vai fazer com que eu não pegue o vírus? Não. Mas Deus disse ‘faça sua parte que eu ajudarei”, diz.

Fiscalização

Para fiscalizar a reabertura do comércio, a Guarda Municipal de Belo Horizonte reforçou o efetivo com servidores administrativos e da corregedoria deslocados para trabalhar no enfrentamento à pandemia.

Regiões de comércios mais conhecidas estão sob fiscalização mais intensa a partir de agora. Em caso de descumprimento das normas vigentes, os estabelecimentos serão notificados em um primeiro momento. Já aqueles reincidentes podem ter os alvarás de funcionamento suspensos. E, se houver o descumprimento da interdição, é aplicada multa de R$ 17.614,57.

Como denunciar?

A denúncia é sigilosa e pode ser feita no portal da PBH (https://prefeitura.pbh.gov.br). Basta clicar no canto direito em “Fale Conosco” e, em seguida, em “Ouvidoria”. O cidadão também poderá ligar para o telefone 156 para indicar alguma irregularidade.

Regras

Nesta semana, o comércio de BH pode funcionar das 11h às 19h desta quinta-feira (6) até o sábado (8). A reabertura ocorreria na segunda-feira, mas foi antecipada por conta do Dia dos Pais. Ao longo dos próximos dias, os estabelecimentos poderão funcionar de quarta a sexta-feira, com dias e horários específicos para cada setor.

Veja alguns itens dos protocolos específicos:

Cabeleireiro, barbeiro, manicure e pedicure

  • Atender um cliente por vez, somente com hora marcada, mantendo distância mínima de 2 metros entre os clientes.
  • Proibir a permanência de clientes no estabelecimento fora do horário de atendimento, desativando a sala de espera e recepção.
  • Proibir o atendimento de um cliente por mais de um profissional, simultaneamente.
  • Utilizar luvas que deverão ser trocadas após atendimento de cada cliente.
  • Observar um intervalo mínimo de trinta minutos de um cliente para o outro para higienização e desinfecção dos mobiliários, dos equipamentos e das mãos;
  • Manter número suficiente de escovas, pentes, tesouras e outros equipamentos, de forma a atender ao tempo necessário para higienização após cada uso.
  • Utilizar lâminas descartáveis, vedada a reutilização, sendo o descarte em recipiente rígido, com tampa.
  • Os produtos de maquiagem devem ser de uso exclusivo de cada cliente.
  • Utilizar espátulas, palitos e ceras descartáveis.

Centro de comércio popular

  • Controlar a entrada dos clientes, permitindo a lotação máxima correspondente ao mínimo de 13 metros quadrados por pessoa, incluindo vendedores, seguranças, vigilantes, pessoal de limpeza e clientes.
  • Impedir a entrada de pessoas sem máscara ou que apresentarem temperatura corporal acima de 37,8ºC.
  • Viabilizar marcações para as eventuais filas de espera no ambiente externo, com distanciamento mínimo de 2 metros entre cada pessoa.
  • Regulamentar o funcionamento das lojas em dias alternados, tendo como premissa a redução do risco de aglomerações em seu interior.

Shopping centers, centros de comércios e galerias de lojas

  • Aferir a temperatura e higienizar as mãos, com álcool 70% ou produto similar/superior com comprovada eficácia de higienização, de todos que entrarem nos shopping centers, centros de comércio e galerias de lojas, inclusive funcionários.
  • Dentro de cada loja, limitar a capacidade de pessoas, incluindo funcionários, equivalente à limitação aplicada a lojas do mesmo segmento independente da localização.
  • Limitar a capacidade total do shopping a uma pessoa a cada 7 metros quadrados de área comum de circulação interna, incluindo funcionários, não sendo contabilizadas áreas de lazer e de estacionamento.
  • Realizar controle de entrada e saída para assegurar a limitação de capacidade de pessoas ao mesmo tempo no local.
  • Limitar a utilização de escadas e esteiras rolantes com marcação de espaço respeitando o distanciamento mínimo de 2 metros entre as pessoas.
  • Vedar o fornecimento/locação de carrinhos de bebês e/ou crianças e semelhantes.
  • Reduzir a área de estacionamento, deixando uma vaga livre entre cada veículo.

Vestuário (Atacado e Varejo)

  • Capacidade máxima de 1 pessoa a cada 7 metros quadrados, incluindo os funcionários.
  • Controlar o fluxo de entrada e saída de pessoas no estabelecimento e organizar filas internas e externas, observando o distanciamento de 2 metros entre as pessoas.
  • Manter em locais separados o estoque geral do estoque exposto, ou seja, aquele que é utilizado nas vitrines, araras, ilhas expositoras ou qualquer estoque que terá contato com o cliente.
  • Proibir que os clientes tenham contato físico com as peças do estoque. O manuseio poderá ser feito apenas nas peças que fazem parte do mostruário, higienizando as mãos com álcool 70% antes e após o toque.
  • Vedado o uso de provadores.
  • Orientar expressamente os clientes a lavarem a roupa adquirida antes de usar.
  • Quando houver devolução ou troca de produtos, estes devem ser mantidos em separado durante 72 horas antes de retornarem ao estoque e/ou mostruário.
  • Os clientes devem ser orientados a permanecer de máscara durante todo o tempo em que permanecerem no estabelecimento
Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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