O enterro do jovem Kevin Gesualdi, que foi morto por um policial civil no último domingo (9), no Buritis, região Oeste de BH, foi realizado nesta terça-feira (11) e os pais dele fizeram um apelo para que a Justiça prevaleça no desenrolar do caso. Emocionada, a mãe do jovem afirmou que a família está fazendo o possível para contribuir com as investigações e desabafou sobre o pesadelo que a família vive desde o dia do crime.
Em entrevista coletiva, Daniela Gesualdi, a mãe do rapaz, informou que a família contratou um perito particular e entrou em contato com o consulado da Alemanha, onde o jovem nasceu, e cobrou uma ação das autoridades. “Ele deu quatro facadas no coração, no peito, nos órgãos vitais do meu filho. Eu faço um apelo ao Ministério Público: que apure os fatos. Porque a perda de um filho é muito dolorosa e eu falo em nome de todos os pais e mães que perderam os filhos ou que ainda podem perder”, disse.
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Sobre as alegações de que o policial teria agido em legítima defesa, Daniela disse que não sabia de nenhum desentendimento entre os dois. “O meu filho morava lá há menos de três semanas, não tinha nenhum problema no condomínio, absolutamente nada”, afirmou.
A mãe ainda cobrou uma postura mais adequada do oficial e se emocionou ao lembrar o episódio: “Se houve algum problema entre eles, um policial tem total competência pra conseguir amenizar as coisas da melhor forma possível. O meu apelo é para que ninguém mais passe pelo que eu estou passando”.
Relembre o caso
No último domingo (9), Kevin Gesualdi foi morto com facadas durante uma briga com o vizinho, que era policial civil (veja detalhes aqui). De acordo com o registro da ocorrência, o policial estava em casa quando ouviu um barulho semelhante a um arrombamento. Ele desceu até o térreo do prédio e viu o jovem tentando arrombar uma porta com um extintor, mesmo sendo morador do condomínio.
Ele então questionou a ação do rapaz que, de acordo com o policial, teria começado a agredi-lo “do nada”. Em seguida, os dois entraram em luta corporal. O policial conseguiu imobilizar o rapaz que, neste momento, teria dito que “era do crime” e que “mataria o policial e sua família”, como consta no Boletim de Ocorrência.
O jovem conseguiu fugir e disse que iria até seu apartamento para pegar uma arma. Com medo, também em casa, o policial civil acionou a PM e quando foi abrir o portão para facilitar a entrada dos militares, o jovem o abordou novamente com socos e chutes. Foi quando o policial esfaqueou o jovem. O rapaz chegou a ser levado para a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Oeste com perfurações na barriga e tórax, mas não resistiu e morreu.
A namorada de Kevin também estava no local e disse que presenciou ou policial esfaqueando o rapaz. Vizinhos também deram suas versões e disseram que, antes de ser esfaqueado, o jovem teria quebrado o vidro de um carro que estava no estacionamento.