Covid-19: Oito crianças estão com síndrome rara em Minas Gerais

Profissionais de saúde retiram paciente de ambulância e mão segura criança
Oito crianças já receberam diagnóstico positivo para a síndrome (Amanda Dias/BHAZ)

Dezesseis casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) foram notificados no estado, conforme a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde). Oito dessas crianças já tiveram o diagnóstico confirmado para a enfermidade. Até ontem, seis pacientes já haviam recebido alta e outros dois permaneciam internados.

A síndrome foi identificada no momento em que a comunidade científica investe em pesquisas para desenvolver vacinas e tratamentos eficazes contra a Covid-19. O monitoramento da doença levou à identificação da SIM-P (Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica) em crianças que testaram positivo ou tiveram contato com algum caso do novo coronavírus. Desde julho, a SES-MG, em consonância com o Ministério da Saúde, determinou a notificação obrigatória de casos suspeitos da síndrome e vem acompanhando a situação no estado, aguardando análise de exames para descartar ou confirmar a doença.

“O objetivo desta vigilância é reunir dados que permitam aprimorar o conhecimento sobre fatores de risco, fisiopatologia, quadro clínico e tratamento da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica”, explica a pediatra Flávia Cruzeiro, integrante do Cievs-MG (Centro de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde). O órgão, em conjunto com a área técnica da SES-MG, responsável pelo acompanhamento dos quadros, emitiu nota técnica contendo orientações aos serviços de Saúde sobre a necessidade de notificação imediata de SIM-P, em prazo máximo de 24 horas.

Evolução grave

As crianças diagnosticadas com SIM-P podem evoluir de forma grave com insuficiência respiratória, doença renal aguda, insuficiência cardíaca aguda e também apresentar sintomas semelhantes à doença de Kawasaki, como febre, manchas vermelhas na pele, conjuntivite, edema de pés e mãos. Sintomas respiratórios não são encontrados em todos os casos. A Organização Pan-Americana de Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria chamam atenção para a importância da detecção precoce da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica e o correto atendimento do paciente.

Informações

A notificação deve ser realizada, preferencialmente, pelo serviço de Saúde responsável pela hospitalização do caso, por formulário individual. Na impossibilidade do preenchimento online do documento, ele deve ser impresso, preenchido e enviado à vigilância epidemiológica da região ou da Secretaria Municipal de Saúde de referência. Além do registro da notificação, informações sobre exames, investigação clínico laboratorial, acompanhamento e encerramento do caso devem ser repassados ao serviço de vigilância local.

Para potencializar a notificação, a SES-MG recomenda às autoridades locais a busca periódica de indivíduos hospitalizados que preencham a definição clínica para a doença. A pasta também oferece suporte às unidades regionais de saúde para identificação de critérios clínicos, epidemiológicos e fluxos de notificação. “Exames complementares para identificar atividade inflamatória são importantes para o diagnóstico da síndrome. Assim como a hemocultura, para descartar casos de sepse bacteriana”, explica Flávia Cruzeiro.

Embora ainda não haja um protocolo validado pelo Ministério da Saúde, o tratamento da SIM-P prevê a aplicação de medicamentos com imunoglobulina endovenosa , corticoides, imunomoduladores e anticoagulantes.

Distribuição de casos confirmados:

  • Belo Horizonte: 5;
  • Divinópolis: 1;
  • Patos de Minas: 1;
  • Uberlândia: 1.

Sintomas da síndrome:

  • Conjuntivite não purulenta;
  • Erupções e inflamações na pele;
  • Inflamações na boca, mãos e pés;
  • Pressão baixa;
  • Disfunções cardíacas;
  • Coágulos;
  • Problemas intestinais como diarreia, vômito ou dor abdominal.

Reforce a proteção contra o vírus

A SES-MG orienta que a população tome algumas medidas de higiene respiratória para evitar a propagação da doença, são elas:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.

Com Agência Minas

Edição: Aline Diniz
Aline Diniz[email protected]

Editora do BHAZ desde janeiro de 2020. Jornalista diplomada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) há 10 anos e com experiência focada principalmente na editoria de Cidades, incluindo atuação nas coberturas das tragédias da Vale em Brumadinho e Mariana. Já teve passagens por assessorias de imprensa, rádio e portais.

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