‘Tive de sair de pijama e deixar minhas coisas pra trás’, diz hóspede

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Incêndio atingiu o hotel BH Palace, na região Centro-Sul de BH (Vitor Fernandes/BHAZ + Divulgação/CBMMG)

“Tremi e chorei muito. Acordei com uma pessoa esmurrando minha porta e tive de sair de pijama e deixar minhas coisas pra trás”. A declaração resume a agonia sentida por hóspedes de um hotel na região Central de Belo Horizonte que foram obrigados a abandonar seus quartos às pressas após um andar do edifício pegar fogo, na manhã desta sexta-feira (28). Ninguém, no entanto, ficou ferido.

Por volta das 7h de hoje, o hotel BH Palace, no bairro Barro Preto, precisou ser evacuado às pressas após um incêndio no quarto andar da estrutura. “Escutei alguém esmurrando a porta do quarto. A pessoa gritava: ‘corre, sai’. Eu pensei que poderia ser ladrão, e fui vendo que estavam batendo na porta de todos os quartos”, relata a hóspede que abre esta reportagem, Carla Queiroz, de 56 anos.

“Eu só peguei meus documentos, tive de sair de pijamas mesmo, e deixar minhas coisas todas para trás. Foi aí que vi uma fumaça preta”, complementa ao BHAZ. O desespero tomou conta de quem estava dentro do hotel – dos 61 quartos, nove estavam ocupados, conforme reportagem do jornal O Tempo. O incêndio e a movimentação chamaram a atenção de trabalhadores da região.

“Vi algumas pessoas deixando o hotel, meio assustadas. Não sabia do que se tratava, só depois vi que era um incêndio. Nunca vi nada desse tipo por aqui, mas que bom que os bombeiros conseguiram controlar tudo rápido”, contou ao BHAZ uma comerciante da área, que pediu para ter seu nome preservado.

‘Brincaram com a vida’

“Eu corri pelas escadas mesmo. Eu conheço lá desde 1998, e eles brincaram com a vida das pessoas. Agora, na pandemia, eles poderiam ter arrumado o hotel. Eu saí até sem máscara. Vi quando chegou o caminhão do Corpo de Bombeiros, viatura da polícia, guarda municipal, interditaram lá”, relembra a belo-horizontina Carla, que mora em Cabo Frio (RJ) e visita a cidade natal com frequência – e sempre se hospeda no BH Palace.

O Corpo de Bombeiros conseguiu controlar as chamas e evitou que o incêndio se espalhasse para outros andares. A corporação suspeita que o fogo começou após uma fiação em curto circuito. O hotel não está totalmente regularizado, mas não está irregular, segundo os bombeiros: está no meio de um processo de regularização. A Defesa Civil não identificou riscos à estrutura.

“O povo todo saiu na rua, as pessoas estavam com medo que o fogo atingisse outros prédios. Uma senhora até ofereceu para eu ficar na casa dela, mas disse que precisava resolver antes o que fazer. Minhas coisas ficaram todas dentro do quarto. Eu estou aqui em BH para fazer exames regulares de tireoide, e tinham outros no quarto, que não poderiam queimar”, relata Carla Queiroz.

O BHAZ esteva no hotel e tentou conversar com funcionários, que se recusaram a dar entrevista ou mesmo passar o contato do dono do espaço. A reportagem ainda tentou falar, por telefone, com o responsável, em três tentativas, durante a manhã. Tão logo o hotel ou o empresário se manifeste, esta reportagem será atualizada.

Ao jornal O Tempo, o dono do BH Palace, Gustavo Nogueira, afirmou que os quartos não foram danificados e que os hóspedes foram acomodados em um outro hotel, com a diária paga por ele. “O hotel tem edificação de aproximadamente 50 anos e está em processo constante de manutenção. Inclusive, estamos com uma nova gestão e todas as licenças em dia”.

Edição: Thiago Ricci
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

Aline Diniz[email protected]

Editora do BHAZ desde janeiro de 2020. Jornalista diplomada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) há 10 anos e com experiência focada principalmente na editoria de Cidades, incluindo atuação nas coberturas das tragédias da Vale em Brumadinho e Mariana. Já teve passagens por assessorias de imprensa, rádio e portais.

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