Livreiro que teve sebo incendiado pede ajuda para criar projeto itinerante

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A ideia de seu Odilon é levar o sebo em um ônibus para o interior de Minas (Nathália Ribeiro/Arquivo Pessoal + William Girundi/Instagram/@sebodoseuodilon)

Pouco mais de dois meses se passaram desde que o livreiro Odilon Tavares teve seu sebo de rua destruído em um incêndio e protagonizou uma reviravolta digna dos livros. Agora, ele busca dar a essa história uma continuação à altura da onda de solidariedade que emocionou BH: Odilon quer construir um sebo itinerante, que ajude a levar a literatura até cidades do interior e para as mãos de pessoas que normalmente não teriam acesso. E, para isso, ele conta mais uma vez com a colaboração do público.

O projeto é um sonho antigo do livreiro, que enxergou na mobilização dos moradores na época do incêndio (relembre aqui) uma oportunidade para tirar as ideias do papel. Com a ajuda de uma equipe, ele criou um financiamento coletivo para bancar a criação de um sebo itinerante, que será construído dentro de um ônibus. “O objetivo do Odilon é ir para cidades do interior, que ele seja chamado ou sinta vontade de ir, parar numa praça pública e vender os livros dele a baixo custo”, conta o coordenador do projeto, Pedro Cinque, em conversa com o BHAZ.

A ideia é simples, mas exige investimento: além do espaço dos livros, o ônibus precisa ser equipado com um pequeno quarto e um banheiro para o livreiro, já que a proposta é que Odilon consiga fazer viagens sem mexer no preço dos livros, todos vendidos a 5 reais. “Se ele tiver que viajar para alguma pensão e procurar algum lugar para dormir, vendendo os livros a um custo de cinco reais, que é o que ele vende hoje, inviabiliza essa jornada dele, inviabiliza essa descentralização dos livros”, explica Pedro.

‘Os livros são mágicos’

Até agora, a equipe já conseguiu alcançar 31% do objetivo, mas o tempo está se esgotando – a campanha fica aberta até o próximo dia 11. Caso atinjam a meta, Odilon e a equipe do projeto, além de levar o sebo para outras cidades, vão conseguir mostrar para centenas de belo-horizontinos exatamente o que eles ajudaram a reconstruir quando fizeram mais de 10 mil doações depois do incêndio, em junho.

Isso porque ele vai conseguir expandir o sebo de seu ponto tradicional – na esquina da avenida do Contorno com a rua Grão Mogol, no Carmo, Zona Sul da capital mineira – para todas as regiões da cidade. “A ideia é que esse ônibus esteja rodando o máximo possível tanto em Belo Horizonte como em outras cidades. Desde que começou a trabalhar com livros, há uns quatro anos, ele teve essa vontade de levar livros, levar cultura pra pessoas que não têm acesso”, conta Pedro.

É justamente essa ideia – de levar a literatura e todas as portas que ela abre a quem não tem acesso – que orienta toda a campanha. Além do projeto do sebo itinerante, para cada livro vendido com o financiamento coletivo (entenda melhor abaixo), Odilon vai fazer uma doação para instituições que buscam desenvolver a educação e a cultura através da leitura. “Os livros são mágicos e transformam a vida da gente. Transformaram a minha e é por isso que quero levá-los para o interior”, defende o livreiro.

Como ajudar?

Existem três formas diferentes de contribuir com o financiamento coletivo e a maioria se dedica a aumentar a circulação dos livros entre os mais variados públicos. É possível apoiar o projeto comprando de 1 a 6 livros sortidos por R$ 30 cada – neste caso, o colaborador pode dar até 6 endereços de entrega diferentes – ou de 10 a 50 livros sortidos por R$ 20 cada. A terceira opção é apoiar sem recompensa, por meio de uma doação de qualquer valor.

Enquanto isso, Odilon também continua no endereço habitual do sebo a céu aberto, na esquina da avenida do Contorno com a rua Grão Mogol, recebendo doações de livros para aumentar. Ele também procura parcerias com empresas que possam ajudar a impulsionar o projeto. Os próximos 11 dias serão definitivos para que BH seja, novamente, testemunha da força de dois fenômenos que o livreiro conhecido carinhosamente como ‘seu Odilon’ já conhece bem: da literatura e da solidariedade.

Para doações e mais informações, acesse aqui.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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