Uma criança da Arábia Saudita de um ano e meio morreu depois que um cotonete do teste de Covid-19 se romper dentro de sua cavidade nasal. A equipe médica realizou o exame porque o paciente estava com febre. O caso aconteceu no meio de julho, mas só começou a ser amplamente divulgado nos últimos dias. As informações são do jornal Al Arabiya.
O Ministro da Saúde do país, Tawfiq bin Fawzan al-Rabiah, ordenou uma investigação sobre o incidente, ligou para o pai da criança para oferecer suas condolências e prometeu acompanhar o caso pessoalmente.
O tio e tutor legal da criança, Mosaed al-Joufan, disse ao Al Arabiya que a criança era saudável. “Ele não sofria de doenças crônicas ou perigosas. Ele reclamou na noite de sexta-feira de uma febre e nós o levamos para o Hospital Geral Shaqra com sua mãe”, contou.
Cotonete quebrou
Após passar pela consulta médica, a equipe decidiu fazer o exame nasal. Porém, a criança estava bem de saúde e só havia reclamado de uma alta na temperatura. Depois que o cotonete quebrou, o médico aplicou uma anestesia geral para retirar o utensílio.
“Por volta da 1h, eles me informaram que a operação havia acabado e que o médico havia retirado o cotonete”, revelou o tio. Al-Joufan acrescentou que, após o sobrinho acordar, ele pediu à enfermeira que o médico especialista examinasse o menino após a operação. Ele queria que o médico verificasse seu estado, se assegurasse de que o cotonete havia sido retirado completamente, e que não havia sangramento ou dificuldade para respirar.
Contudo, a enfermeira disse que o médico não estava disponível e pediu à família que esperasse. Às 9h, o menino perdeu a consciência e a equipe médica constatou que ele não estava respirando. Os profissionais realizaram uma reanimação cardiorrespiratória. “Vim então ao hospital e pedi para ver o médico especialista. Ele fez um raio-x que mostrou um bloqueio das vias aéreas em um dos pulmões”, relembrou o parente.
Morreu aguardando transferência
“Quando a condição da criança piorou, pedi que ela fosse transportada para um hospital especializado. O pedido foi aprovado no início, mas ficamos no hospital esperando uma ambulância, que só chegou ao setor de emergência uma hora depois”, continuou o tio.
Ele acrescentou que, mesmo assim, eles esperaram que a criança fosse transferida, mas ela nunca foi levada para o hospital especializado porque morreu antes. O tio apresentou um formulário solicitando uma investigação sobre a causa do óbito inesperado da criança. “Aguardo a punição da pessoa responsável pela morte da criança”, finalizou.