Rainha do Carnaval de BH é chamada de ‘macaca’ e ‘idiota’

rainha carnaval bh lais lima racismo
Ela postou o desabafo em suas redes sociais (Reprodução/@insta.lais/Instagram)

A Polícia Civil instaurou inquérito para o caso de injúria racial sofrido pela Rainha do Carnaval de BH de 2020, Lais Lima, de 26 anos. Ela foi chamada de “macaca” e “idiota” por um homem que ela não conhece, via WhatsApp. Segundo o relato da jovem , que também é enfermeira, atriz e modelo, o homem quis conhecê-la e passou a ligar para o celular dela constantemente antes das ofensas. O suspeito ainda não foi identificado.

Lais Lima passou a ignorar as tentativas de contato do homem. Sem o retorno, o suspeito ficou irritado e começou a atacá-la, na noite de sexta-feira (28). “Ele disse que ‘tinha que ser preta’ e me chamou de burra e vadia”, conta ao BHAZ.

Lais queria que o homem enviasse uma foto, já que o perfil dele não tinha nenhuma imagem. Ele retornou o pedido com mais agressividade. “Ele disse que a única coisa que homens querem comigo é sexo. Disse que eu não passava de um fetiche. Me chamou de macaca e perguntou quem eu achava que era para querer saber quem ele era”, relembra.

Lais procurou, nessa segunda (1°), a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias Correlatas, que já investiga o caso. Segundo a Polícia Civil, um inquérito policial foi instaurado e detalhes serão divulgados “em momento oportuno”.

Por meio do Instagram, a enfermeira afirma que o intuito da divulgação do que ocorreu com ela é “fazer com que pessoas como essa não se sintam no direito de nos agredir”. “Lutamos diariamente com o desejo de que isso um dia, tenha fim”, finaliza.

Racismo x Injúria racial

A injúria racial consiste em ofender a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem. Já o racismo atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma raça. Ao contrário da injúria racial, o crime de racismo é inafiançável e imprescritível.

Serviço

Em Belo Horizonte, a Decrin (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias Correlatas) registra crimes com recorte ou natureza racial. A delegacia fica na avenida Barbacena, número 288, no bairro Barro Preto, região Centro-Sul de BH.

Marcela Gonzaga[email protected]

Editora do BHAZ desde fevereiro de 2020. Jornalista graduada pela Newton Paiva. Trabalhou como produtora de TV e chefe de produção durante 14 anos, com passagens pela RecordTV, Rede Minas, RedeTV!, TV TRT-MG e TV TJMG.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!