Luzes enfileiradas no céu intrigam moradores de todo o país

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Professor da UFMG explica que fenômeno pode se repetir (Reprodução/Twitter/@murariaholic)

Quem estava de olho no céu na noite de ontem (3) provavelmente percebeu um fenômeno diferente: vários pontos de luz alinhados foram avistados desde o fim da tarde e intrigaram moradores de diferentes regiões do Beasil. Nas redes sociais, surgiram vários relatos de pessoas que observaram as luzes em diversas localidades – e os adeptos das teorias da conspiração já começaram a falar em alienígenas, ovnis e fim do mundo.

Durante toda a noite dessa quarta, foram inúmeras fotos, vídeos e relatos de brasileiros que ficaram curiosos com as luzes que “voavam” juntas. “E eu que acabei de ver umas luzes no céu? Não eram iguais aqueles satélites que passaram em fileira uma vez, foi diferente”, contou um rapaz no Twitter, enquanto uma segunda usuária reagiu mais preocupada: “Eu tô toda arrepiada junto com a minha mãe, vimos no céu uma fila de luzes fraquinhas andando no céu agora”.

Afinal, o que são as luzes?

De acordo com os relatos das redes sociais, as luzes puderam ser observadas de diversos pontos do Brasil – entre eles, BH, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. Também surgiram comentários de outros países, como os Estados Unidos. A maioria tinha em comum a curiosidade e a preocupação com o que eram, afinal, as luzes no céu.

O BHAZ procurou o professor de física e coordenador do laboratório de astronomia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Renato Las Casas, para esclarecer as dúvidas.

De acordo com o professor, as luzes que intrigaram os moradores são satélites da rede Starlink, da empresa SpaceX. “É uma rede que a SpaceX está lançando para ter internet de banda larga em todo o mundo. Eles já fizeram mais de dez lançamentos, incluindo o último, de ontem, explica. Renato esclarece ainda que a empresa já colocou cerca de 700 satélites da rede Starlink em volta da Terra e a proposta é chegar a mais de 30 mil.

Problema a longo prazo

A ideia de enviar internet do espaço não é nova. Segundo Renato, há algumas outras empresas empenhadas na mesma tarefa, mas nenhuma tão avançada quanto a SpaceX. No entanto, a iniciativa pioneira tem contras: “Vai ter uma poluição grande do céu, além de atrapalhar as observações astronômicas. inicialmente nós achamos muito bonito ver as luzes né? Mas, daqui a um tempo, acho que vai ser uma poluição que ninguém vai gostar”.

Para quem não conseguiu observar os satélites e ficou curioso, Renato afirma que ainda há uma possibilidade de as luzes se repetirem. Isso porque eles foram lançados recentemente e ainda devem ficar algum tempo enfileirados antes de irem cada um para sua órbita. Apesar de não ser possível definir um horário exato para observar o fenômeno, o professor dá uma dica – atenção à presença do sol: “Esse satélite não tem luz própria, a gente vê esses pontos luminosos justamente por causa da luz do sol refletida por eles”.

Edição: Roberth Costa
Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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