Kalil vira candidato e vai apanhar muito mais por 2022 do que por 2020

alexandre kalil rodrigo pacheco
O prefeito Kalil e Rodrigo Pacheco estão aliados para 2022, foto Amira Hissa/PBH + Beto Barata/Agência Senado)

Na convenção que o oficializou, neste domingo (13), como candidato à reeleição, o prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD), confirmou duas intenções. A primeira foi lançar-se à reeleição e a segunda, de não negociar o cargo de vice. Ao confirmar a candidatura à reeleição, Kalil homologou o nome de seu ex-secretário da Fazenda, Fuad Noman, para substituí-lo, como homem de sua confiança, em caso de deixar o cargo.

Esse é o ponto pelo qual o prefeito vai apanhar muito na campanha eleitoral municipal que vai ganhando corpo pouco a pouco. Além de tentar se reeleger e, em caso de obter sucesso, o prefeito sonha em virar candidato a governador em 2022. As duas coisas juntas, sua reeleição e candidatura a governador, mexem com interesses ampliados. Vamos a eles.

Em primeiro lugar, apanhará dos candidatos rivais do prefeito desta sucessão municipal que terá o dia 15 de novembro como marco principal, torcendo para 2ª votação, no dia 29 seguinte. Em segundo lugar, do empresariado mineiro que detestaria vê-lo reeleito, mais ainda, se virar governador. Em terceiro lugar, daqueles que são pré-candidatos a governador, desde o atual, Romeu Zema (Novo), e outros como o senador Rodrigo Pacheco (DEM).

Prefeito vira alvo de rivais

Por conta desses três desafios, o atual prefeito já está levando pedradas. A primeira saiu pela revista paulista Istoé, com jeito de panfleto apócrifo, apontou eventuais escândalos em torno da gestão de Kalil. Pelo lado do empresariado, o prefeito foi acionado na justiça, várias vezes, em favor da reabertura da economia na capital mineira na pandemia da Covid-19.

No dia 7 passado, o senador e presidente estadual do DEM-MG, Rodrigo Pacheco, apontou suposta incapacidade administrativa do prefeito em entrevista do jornal Estado de Minas. A prefeitura teria recursos, segundo ele, mas não estaria sabendo aplicá-los corretamente. Em sua convenção, Kalil respondeu, de maneira irônica: “acha que choveu dinheiro?”. Deve levar a tréplica na convenção do DEM desta segunda-feira.

Bertolotto deverá ser vice de João Vitor

O empresário Leonardo Bertolotto (DEM) deverá ser anunciado, nesta segunda-feira (14), como o candidato a vice-prefeito na chapa do pré-candidato a prefeito, João Vitor Xavier (Cidadania). A oficialização será feita durante convenção do DEM. Bertolotto foi presidente da Sucesu (Sociedade de Usuários de Tecnologia de Minas) nos anos de 2015/2017.

O empresário da área de TI poderá atrair para João Vitor o apoio da classe, que ainda está pulverizada entre candidatos como Bruno Engler (PRTB), ligado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao presidente licenciado da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva (Patriota).

Prefeituras ganham 40% menos

Foi creditado na quinta-feira (10), nas contas das prefeituras mineiras, o repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) referente ao 1º decêndio do mês. O valor foi de R$ 396.106.167,99, já descontada a retenção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Em valores brutos, incluindo o Fundeb, o montante é de R$ 495.132.709,99.

De acordo com os dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), o primeiro decêndio de setembro de 2020, comparado com mesmo período do ano anterior, apresentou queda de 39,64%. Quando o valor do repasse é deflacionado, levando-se em conta a inflação do período, comparado ao mesmo período do ano anterior, a queda é de 40,96%.

Forte decréscimo

O primeiro decêndio sofre influência da arrecadação do mês anterior, uma vez que a base de cálculo para o repasse é dos dias 20 a 30 (do mês anterior). Esse primeiro decêndio, geralmente, sempre é o maior do mês e representa quase a metade do valor esperado para o mês inteiro.

Em relação ao acumulado do ano, verifica-se que o valor total do FPM vem apresentando forte decréscimo. O total repassado aos municípios no período de janeiro até o primeiro decêndio de setembro de 2020 apresenta queda de 9,10% em termos nominais. Isso sem considerar os efeitos da inflação em relação ao mesmo período de 2019.

Orion Teixeira[email protected]

Jornalista político, Orion Teixeira recorre à sua experiência, que inclui seis eleições presidenciais, seis estaduais e seis eleições municipais, e à cobertura do dia a dia para contar o que pensam e fazem os políticos, como agem, por que e pra quem.

É também autor do blog que leva seu nome (www.blogdoorion.com.br), comentarista político da TV Band Minas e da rádio Band News BH e apresentador do programa Pensamento Jurídico das TVs Justiça e Comunitária.

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