Belo-horizontino recebe conta de água de R$ 5 mil e se assusta

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Morador até hoje não conseguiu resolver a situação com a Copasa (Amanda Dias/BHAZ + Arquivo Pessoal/Anderson Lemos)

Imagine receber a conta de água da sua casa e se deparar com um valor 255 vezes mais alto do que o normal? Foi o que aconteceu com Anderson Lemos, morador do bairro Cardoso, na região do Barreiro. Ele estava acostumado a pagar uma média de R$ 20 por mês pelo serviço e levou um susto quando viu que a cobrança do mês de julho foi de R$ 5.100,01.

Ao BHAZ, Anderson conta que não há justificativa para uma conta nesse valor. “Eu vim pra essa casa aqui em outubro do ano passado. Sou só eu que moro aqui e uma senhora que mora em um barracão nos fundos, então o que acontece: a conta sempre vem e torno de R$ 20, R$ 25. Tinha mês que vinha até zerada, porque ela não em casa”, explica. Tanto ele como a mulher passam horas na rua todos os dias devido ao trabalho e, no caso de Anderson, ele ainda viaja duas vezes ao mês.

O morador relata que o valor máximo já cobrado pelo consumo da água no imóvel foi de R$ 116,59, em setembro de 2019, consideravelmente abaixo dos mais de R$ 5 mil que constam no boleto do mês de julho deste ano. Confira o histórico da conta de água do imóvel:

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Histórico de consumo da casa (Arquivo Pessoal/Anderson Lemos)

Assim que receberam a conta da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), os dois começaram a tentar resolver a situação: “A dona que mora aqui no fundo ligou e ficou mais de uma hora com o telefone ligado esperando eles atenderem e não atendiam. Aí ela não conseguiu falar, chegou até a ir lá na agência, mas estava fechado”. Anderson também já tentou questionar, mas até agora, nenhuma das tentativas de diálogo com a companhia deu certo.

Anderson afirma que, nesse período, chegou a fazer buscas pela casa para tentar detectar algum vazamento, mas não encontrou nada fora do normal. “Essa casa era da minha mãe e ficou vazia durante muito tempo. Quando eu me mudei, em outubro, eles fizeram uma leitura e não houve nenhum problema. Se fosse pra acertar a leitura, ela teria sido acertada naquela época. Eu já procurei, já subi na laje, já olhei por todos os lugares, não tem vazamento na minha casa. É inadmissível”, reclama.

‘É inaceitável’

No boleto do mês seguinte, o valor cobrado pelo consumo já estava de volta ao normal, no entanto, o valor total continuou alto. Isso por causa da multa, já que eles não pagaram a conta de R$ 5 mil. “A gente fica assustado né? Eu não tenho condição de pagar isso. A senhora que mora no fundo também não, é uma assalariada correndo risco de perder o emprego. Uma fatura de 5 mil reais eu não tenho como pagar”, pontua Anderson.

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Valor da cobrança do mês seguinte só subiu por causa da multa (Arquivo Pessoal/Anderson Lemos)

A falta de resposta da Copasa é outro fator que preocupa o morador: “Eu tô aguardando, mas até quando eu não sei. Até porque pode demorar, e aí o que vai acontecer? Eu vou ficar sem água se eles cortarem? Isso aqui é inaceitável. Duas pessoas que não ficam em casa terem que pagar uma conta de R$ 5, 1 mil reais sendo que a nossa conta aqui não passa de R$ 25. É um absurdo”.

O que diz a Copasa?

Procurada pela reportagem, a Copasa informou, em nota, que a demanda de Anderson será encaminhada para a unidade responsável. “Após a análise dos valores e da fatura, a empresa fará contato direto com o cliente para buscar soluções e alternativas para mitigar a situação”, disse.

A Companhia ressaltou ainda que, enquanto as agências de atendimentos estiverem fechadas durante a pandemia do Covid-19, as solicitações dos clientes devem ser encaminhadas para os canais de relacionamento: Site/ “Fale Conosco”; pelo e-mail [email protected]; ou pelo aplicativo Copasa Digital e, ainda pela central de atendimento telefônico no número 115, gratuitamente, 24 horas por dia.

Edição: Marcela Gonzaga
Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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